A jornada e acontecimentos deste fim de semana deixaram a descoberto um dos grandes problemas do Benfica.
Os jogadores não têm uma figura 'paterna' que lhes sirva de defesa e lhes conceda paz mental para fazerem aquilo em que são melhores, que é jogar à bola, e que os prepare para enfrentar um árbitro que, como muito bem escreveu alguém hoje, deixa os jogadores nervosos.
Os árbitros mais antigos, com raras excepções, tinham a máxima de que se ninguém dava por eles, é porque tinham feito um bom trabalho.
Pedro Proença, por outro lado, é o expoente máximo da nova geração de árbitros: é exibicionista e tem uma ânsia muito grande por destaque.
Isso demonstra-se pelas exibições que Proença realiza lá fora, que são de um nível bem acima das que realiza em Portugal.
Cá dentro, Proença pega na bitola que tem feito escola na arbitragem nacional: em caso de dúvida, prejudica-se o Benfica.
Ora, os jogadores por muito profissionais que sejam, não são imunes a essas actuações de Proença.
Daí ser necessário fornecer aos jogadores do Benfica uma preparação psicológica e técnica para saberem lidar com essas adversidades, em especial no calor do momento.
Os episódios com Luisão e Cardozo, dois dos jogadores mais destacados do plantel, deixa exposta a falta de preparação dos jogadores do Benfica para estes momentos.
A situação agrava-se quando não há uma voz que assuma a sua defesa, antecipadamente.
O chamado colete à prova de balas. Não defende tudo, mas protege de muita coisa.
Esse colete é o treinador, o responsável do futebol e o presidente do clube.
Estas 3 figuras no Benfica, como sabemos, são apenas 2 pessoas. O treinador e o presidente. O responsável pelo futebol vai alternando entre JJ e LFV.
E na realidade, nem um nem outro são essa linha de defesa de que os jogadores precisam.
Jorge Jesus tem demonstrado uma cautela demasiado grande quando se trata de comentar os benefícios concedidos em campo ao FC Porto pelos árbitros. Prefere desfazer-se em elogios à 'qualidade de jogo' portista.
Demasiado pouco para quem tem tanta força na língua para dissertar sobre imensos outros assuntos nas conferências de imprensa.
Luis Filipe Vieira continua a não demonstrar habilidade(nem vontade) para falar de futebol, dando ainda mais força à tese defendida por muitos de que na verdade, ele não gosta de futebol.
E assim, sem linhas de defesa, os nossos jogadores estão expostos as situações como a que aconteceu com Cardozo.
Numa altura crítica do jogo, perante a conveniente inacção de Pedro Proença, o 'Tacuara' perdeu a cabeça.
Não houveram declarações antes do jogo sobre esta nomeação para um desafio sempre complicado, e nada foi dito depois para contrapor ao eco das 'vozes' do dono, que já tornaram oficial o discurso sobre os benefícios da arbitragem ao Benfica.
Em vez de ser o Benfica a condicionar de forma pro-activa aquilo de que se fala, ou não se diz nada ou então o clube vai sempre a reboque das frases oriundas do Dragay.
Caros amigos, os jogadores são deixados à sua sorte dentro de campo. Sem colete, sem defesas.
E é assim que entramos na fase decisiva da época. Nada de bom se augura.
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