Num comentário ao meu último post, um dos nossos leitores, o Zé, mencionou um tema que gostava de ver debatido aqui no NGB. Nem de propósito, o JJ mandou umas bojardas acerca deste assunto há umas horas atrás, em resposta ao sindicato do Evangelista. Trata-se a utilização, ou não, de jogadores estrangeiros em detrimento de jogadores portugueses.
JJ, no seu estilo habitual, disse hoje qualquer coisa como:
"Somos um país de emigrantes, deixem-se de tretas"
e ainda
"A mim preocupa-me é não ter jogadores de qualidade. Isso acabou, deixámos de ser nacionalistas nesse aspeto. O mundo mudou no que à globalização do direito ao mercado de trabalho diz respeito. E o futebol é igual. Em Portugal não há quantidade para formar só jogadores portugueses. Temos de formar jogadores portugueses ou estrangeiros, para sermos competitivos em Portugal e nas competições europeias. Essa questão pertence ao passado, não ao tempo de D. Afonso Henriques mas das nossas ex-colónias, quando havia a possibilidade de ir buscar jogadores nascidos em Angola e em Moçambique. Nos anos 80, o Benfica tinha a grande maioria dos seus jogadores portugueses por essa questão. Hoje, isso não existe. Se olharmos para as melhores equipas do mundo, têm um ou dois jogadores do seu país a jogar. A mim preocupa-me trabalhar com a intenção de formar jogadores, independentemente da nacionalidade deles», argumentou o treinador dos encarnados."
O homem não deixa de ter a sua razão. Na "aldeia global" em que vivemos, na comunidade europeia em que estamos inseridos, e no mercado de trabalho alargado e extremamente competitivo dos dias de hoje, não faz sentido pensar de outra forma. Há que lutar com as armas que temos, e se isso significar abandonar a visão romântica de termos a "espinha dorsal da seleção", então tudo bem. Eu estou de acordo. Até porque defender a equipa da FPF (e não a seleção de todos os portugueses) não é assim tão importante.
Agora... porra, não me lixem... se temos bons valores portugueses dentro de nossa própria casa, então PORQUE RAIO NÃO OS APROVEITAMOS???? HÃ JORGE JESUS??? PORQUÊ??? É mesmo necessário insistir no mercado sul americano, que cada vez mais vai ser "chão que já deu uvas"? Numa altura em que a Europa e Portugal estão praticamente na miséria e que o Brasil (por exemplo) emerge como potência económica, será que se justifica continuar a olhar para lá?
De qualquer forma, eu não defendo, nem exijo, um Benfica 100% português. Nem 50%. Exijo sim um Benfica com jogadores que honrem o clube, que lutem por ele, que suem a camisola e que dêem alegrias aos adeptos. Se esses jogadores forem portugueses, por mim tanto melhor. Se forem estrangeiros, mas cumprirem com o que se lhes exige, também fico satisfeito.
Ainda assim, e depois de um estudo qualquer que há uns dias dava o Glorioso como o clube europeu com mais estrangeiros no plantel, a par do Inter de Milão, fui ver a nossa situação atual, após o fecho do mercado. Ora, de acordo com o site zerozero.pt:
O Benfica tem no seu plantel as seguintes nacionalidades:
PAÍS VALOR
Portugal 6 (26,1%)
Brasil 5 (21,7%)
Argentina 5 (21,7%)
Uruguai 2 (8,7%)
Paraguai 2 (8,7%)
Sérvia 1 (4,3%)
Holanda 1 (4,3%)
Espanha 1 (4,3%)
O futebol Corrupto do porto, tem a seguinte distribuição de nacionalidades no seu plantel:
PAÍS VALOR
Brasil 8 (36,4%)
Portugal 4 (18,2%)
Colômbia 3 (13,6%)
Argentina 2 (9,1%)
França 1 (4,5%)
Senegal 1 (4,5%)
Rússia 1 (4,5%)
Gana 1 (4,5%)
Bélgica 1 (4,5%)
E por fim os lagartecos:
PAÍS VALOR
Portugal 8 (36,4%)
Argentina 3 (13,6%)
Holanda 3 (13,6%)
Brasil 2 (9,1%)
Espanha 2 (9,1%)
Peru 1 (4,5%)
Inglaterra 1 (4,5%)
Guiné-Bissau 1 (4,5%)
Marrocos 1 (4,5%)
Assim sendo, neste aspeto específico, alguém está pior que nós, não?? E os lagartos só não estão piores também porque despacharam 5 estrangeiros (Insúa, Ismailov, Elias, Gelson Fernandes e Rubio)...
Digam lá então o que pensam. Querem portugueses ou estrangeiros no Benfica?
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