Portugal, 20 de Fevereiro de 2013
Razões profissionais só hoje me permitem abordar o difícil triunfo frente à Académica e suas múltiplas implicações desportivas e mediáticas.
Desde logo, palpitou-me que iríamos ter dificuldades nesse jogo porque havia a homenagem ao Luisão. Tal como no caso da homenagem aos 100 golos do Cardozo no campeonato, que também originou uma vitória difícil, parece que os jogadores levam a festividade para o decurso do jogo, perdendo eficácia e concentração.
Havia também o facto da Académica, detentora do troféu, ter sido goleada em casa para a Taça de Portugal e querer rectificar essa exibição, pois tem bons executantes e um treinador que por mais sério que possa ser, sabe que ganha duplamente se conseguir tirar pontos ao Benfica.
Sobre as dificuldades do jogo, não vou pelo lado do anti - jogo que alguns jogadores da Académica praticaram em alguns momentos do jogo, nem vou na táctica demasiado fechada da equipa. Vou mais pela tal festividade antes do jogo, que retirou concentração e eficácia aos nossos jogadores e vou também pela evidência que Lima, o tal “Lima para aqui, Lima para ali” da comunicação social avençada que leva os adeptos do Benfica a verem ali um novo “Mantorras” (embora com mais golos marcados), confirma que não é jogador para o 4-4-2 em losango e deste ponto de vista não veio resolver problema algum. Nem ele, nem Rodrigo, actuando juntos (com Cardozo ou Kardec será diferente). Claro que também adiciono a falta de inspiração do Sálvio de quem se espera, neste tipo de jogos, que faça uso da sua velocidade e técnica, para abrir as “fechaduras” defensivas.
Enquanto nós nos apresentamos no esquema habitual do 4-4-2 losango, embora com “nuances” determinadas pelas movimentações características dos jogadores escolhidos para cada posição, a Académica apresentou-se com um esquema de jogo com 1 ponta de lança móvel e 5 médios a toda a largura do campo, mais os 4 defesas. 4-5-1? Está bom de ver que a superioridade numérica da Académica era o factor que impedia os nossos jogadores de correr, triangular ou rematar no último terço do campo, tanta era a gente presente na área onde a bola estava jogável.
Isto é, impedia porque a tal qualidade que a comunicação social avençada tem propagandeado em particular dos tais jogadores que foram contratados para resolver problemas financeiros de outros clubes, essa qualidade não aparecia. As poucas oportunidades que foram criadas em transições rápidas eram sistematicamente esbanjadas por indefinições dos jogadores. Ou por deficiente conclusão individual, tendo aqui realce Lima que, à sua conta, desperdiçou uma mão cheia de remates e oportunidades. Fora as vezes que não estava na grande área porque descaía para os flancos (a entrada de Kardec foi providencial neste aspecto porque ganhamos um jogador posicional que acabou por ser determinante ao assistir Gaitán no lance do penalty).
Bom, antes que me ataquem por questões políticas, também devo sublinhar que o seu gesto de pegar na bola para marcar o penalty, foi de craque e salvou a sua (nossa) noite. Não é para qualquer um. Ou seja, esteve azedo no tempo quase todo (limão) e acabou agridoce (lima) salvando os 3 pontos num penalty marcado com coragem, em cima do final do jogo.
O penalty foi bem assinalado, apesar de existirem perspectivas do lance (que o árbitro não teve), mostrando Gaitán a agarrar a camisola do defesa. Mas agarrar não é motivo de falta, só por si. Gaitán não impediu o defesa da Académica de defender, mas o agarrão do defesa da Académica impediu Gaitán de rematar e quem sabe, marcar golo. Portanto há uma conduta faltosa do defesa e a lei 12 pune a imprudência e o excesso de combatividade. Apenas faltou experiência ao árbitro para expulsar, em coerência, o defesa.
Obviamente que tenho duas palavras para marcar a já habitual reacção da comunicação social avençada. Uma, não me surpreendee só quem anda distraído não percebeu como eles tentam sempre arranjar justificação para os erros dos árbitros, quando somos prejudicados. Assim como na inversa, tentam arranjar explicações para os erros dos árbitros que beneficiam o FCP. Duas, isto acontece porque a Olivedesportos com a sua influência no comércio da publicidade, interfere com a gestão dos “mídia”. Se algum jornalista pisar o risco, isto é publicar uma noticia menos positiva para esta lógica do “sistema”, é certo e sabido que o Sr.º Joaquim lá do seu “Olimpo” económico e político, pode telefonar ao patrão do jornal a sugerir que tem X milhares de euros em publicidade para investir mas se o jornalista A ou B não se “acomodar”, ele leva essa publicidade para a concorrência. Por exemplo...
E é por esta lógica que não iremos ver jornalistas perguntarem a Jesus ou ao desaparecido Vieira, “o que acharam do penalty marcado contra o Olhanense e a favor do FCP”.
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