Portugal, 26 de Fevereiro de 2013
Depois da última jornada da Liga de Futebol, parece-me que ficou evidente como esta é uma competição desigual, onde o Benfica tem de jogar muito mais para ser superior aos adversários, enquanto o FCP não. Vamos a factos.
No jogo contra o Nacional, com 1-1, um defesa cortou uma bola com o braço, estando o árbitro assistente bem posicionado. No jogo contra a Académica, aos 48 mn e com 0-0 no marcador, dois defesas adversários embrulham-se num cruzamento, levantando um deles o braço à altura superior à da cabeça, braço que contactou – fora do seu movimento normal - com a bola. Em nenhum dos casos, os árbitros incluindo assistentes, assinalaram grande penalidade.
No FCP – Rio Ave, com 0-1 no marcador, um remate desferido a pouca distância (2 ou 3 metros ) foi cortado com o braço de um defesa do Rio Ave. Grande penalidade assinalada de pronto.
Instantes cruciais das partidas, situação de empate ou derrota que podem ser transformadas em situação de vitória ou de empate, mas curiosamente, só o FCP é que beneficia do critério dos árbitros. Desigualdade.
Mas se repararmos nos penaltys sofridos por Benfica e FCP, e reportando-nos a todo o campeonato, verificamos que também neste parâmetro há desigualdade. Enquanto Carlos Xistra e Vasco Santos não conseguiram ver remates cortados dentro da grande área do FCP, pelos braços e mãos de Alex Sandro, contra Braga e Moreirense, com 0-0 em ambas as situações, por mera coincidência (seguramente) o mesmo Carlos Xistra conseguiu ver duas grandes penalidades contra o Benfica em Coimbra, em que numa delas Maxi contacta o avançado fora do limite da grande área e noutra Garay corta uma bola antes de contactar com o avançado. E assim, com estes critérios desiguais, o Benfica sofreu 2 golos de grande penalidade (e perdeu 2 pontos) e o FCP nenhum. Quem não sabe de onde vem a melhor defesa e a boa pontuação do FCP, tem de estar mais atento.
A desigualdade continua também noutras áreas laterais ao futebol, como seja na comunicação social. Assim, vemos jornalistas com algum sentido de missão, perguntar diligentemente ao treinador e presidente do FCP, o que têm a dizer sobre a grande penalidade que deu a vitória ao Benfica contra a Académica. Mas quando se trata de sabermos o que acham Jesus e Vieira sobre os penaltys que foram assinalados a favor do FCP contra o Olhanense, com 1-1, e Rio Ave com 0-1 por duas vezes, os mesmos jornalistas esquecem-se de perguntar. Estamos a falar daqueles que depois classificam os lances e falam dos erros dos árbitros nos jogos. Que envolvem Benfica e FCP também. Será de esperar alguma imparcialidade, ou a mesma desigualdade de critérios?
Por último, e porque esta luta de Jesus e seus bravos jogadores é totalmente desigual (não é por acaso que as estatísticas de títulos ganhos pelo FCP cresceram vertiginosamente depois da Liga do Porto organizar as provas e, mais recentemente, Fernando Gomes ser eleito presidente da Liga primeiro, e FPF depois), temos também, enorme desigualdade de atitudes nos dois presidentes dos clubes. Assim enquanto o presidente do FCP fala e volta a falar de arbitragens, mesmo que há tempos tenha dito que “só fala de árbitros quem é parvo ou estúpido”, o presidente do Benfica saiu da hibernação em que estava mergulhado nestes dias que quase toda a gente falou de penaltys, excepto ele, para vir dizer aos sócios que têm de emprestar mais 80 milhões. É que o milagre económico está com umas certas dificuldades em “arrancar” e ao fim de 12 anos a divida bancária continua a crescer, cerceando a liberdade futura do Benfica e de quem vier a pegar nele, mais o património que resta do clube que fica comprometido às entidades bancárias que cobrem os prejuízos desta gestão ruinosa. A Benfica Estádio SA já se foi, falta o Centro de Estágio do Seixal.
A Vieira só faltou dizer que “tivemos cá um aldrabão e ainda hoje estamos a pagar a factura”. Se calhar esse papel vai para o agora promovido a expert de economia e finanças, Pragal Colaço.
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