Ponto 1: Não acredito no “Nós somos os bons e os outros são todos maus.” Todos temos telhados de vidro. No que respeita a episódios infelizes e violentos no futebol, todos os clubes têm algo de que se queixar... mas também algo de que pedir desculpas.
Mas depois dos mais recentes episódios, mais um autocarro do Benfica apedrejado de uma ponte acima do Rio Douro, é hora de dizer basta! Basta! Não porque nós Benfiquistas nunca tenhamos sido violentos contra alguém, mas porque os apedrejamentos de autocarros e viaturas presidenciais do Benfica deixaram de ser uma exceção, para passarem a ser a regra, quase um modo de vida!
O que se pede neste post é ideias. Ideias de Benfiquistas. O que pode o Benfica fazer para limitar esta tragédia? Não vou sugerir que tipo de ideias devem ser, porque cada Benfiquista é livre de pensar o que quiser e eu não devo limitar o pensamento de ninguém. Peço apenas ideias criativas, e com isto quero dizer que não acho criativo alguém sugerir que o que o Benfica deve fazer é incendiar o autocarro do Porto com os jogadores lá dentro quando este passar a portagem de Alverca da próxima vez. Essa não é a forma como eu vejo o futebol, embora admita que possa ser a visão de alguns.
Ainda assim, e porque com o parágrafo acima já estou de certa forma a limitar as ideias (coisa que não queria fazer) incendiar autocarros não seria nunca uma medida que o Benfica-Direção pudesse tomar. Essa seria sempre uma medida dos adeptos, nunca do clube. O que se pede é medidas para os dirigentes do clube tomarem, para que sejam pró-ativos e não reativos. Deixemos pois o Benfica de fora no que respeita aos 10000 tacos de basebol que este blogue já encomendou dos Estados Unidos para serem distribuídos gratuitamente por Benfiquistas altos e largos e habituados a cortar lenha!!
Eu sugiro três medidas:
1. Ameaçar colocar no autocarro do Benfica vidros à prova de bala. Não sei quanto custa tal obra (uma cabine de vidro anti-bala de um autocarro da Carris custa 5000 euros), mas é obrigação primária do Benfica defender como pode os seus profissionais. Não é justo para os jogadores que cada vez que o autocarro do Benfica passa o Douro, os jogadores temam pela vida e se refugiem nos corredores. Também, tal “ameaça” obrigaria o governo a tomar medidas. Duvido que os governantes deste país queiram tamanha publicidade, que o mundo inteiro saiba que está em Portugal o primeiro clube de futebol a precisar de viajar no seu próprio pais com vidros à prova de bala. Nem em África!!
2. Não compreendo como é que acontecimentos destes acontecem repetidas vezes. O Benfica conhece seguramente os seus percursos e as pontes por onde passa, os locais seguros e os becos que oferecem mais riscos. É obrigação do Benfica comunicar antecipadamente aos órgãos competentes, que a partir de hoje só inicia viagem rumo às cidades a Norte, com garantias antecipadas de que a Ponte A ou o túnel B tem policiamento à altura. Sem garantias de segurança não há viagem, não há jogo, a Liga que resolva depois o problema.
3. O Benfica deveria ser o primeiro a promover a gravação video de dentro do autocarro. Fotografias não chegam. É preciso mostrar gravações que suportem as nossas queixas e comprovem o terror que se passa lá dentro.
Outra medida que há muito defendo para lutar contra o Sistema corrupto do futebol português:
1. A Direção do Benfica e os treinadores do Benfica deviam deixar de assumir qualquer candidatura pública a títulos em Portugal. O que o Benfica devia dizer publicamente (bem diferente do que depois se diz no balneário) e isto independentemente de no campeonato se estar em primeiro lugar ou em terceiro, é que “O objetivo do Benfica é ficar em segundo lugar. Ficar em segundo porque, como todos sabemos, o primeiro lugar está entregue por decreto e rege-se por outras regras.”
Com isto consegue-se:
- Minimizar o impacto dos nossos desaires. Ser segundo é ser-se campeão do Campeonato limpo;
- Desvalorizar totalmente as vitorias corruptas, tipo: “Vocês ganham um campeonato particular, o campeonato da fruta que é um campeonato que vocês disputam sozinhos.”
- Passar uma mensagem uniforme nos meios de comunicação social, nacional e estrangeira, que atraia atenção para as vergonhas que se passam cá dentro.
Acho que às vezes não é preciso sujarmo-nos muito, manchar muito o nosso nome ao partirmos para atos que condenamos nos outros. Em suma, acho que às vezes não é preciso falar-se muito para nos fazermos ouvir.
Este é apenas o meu quinhão da festa, medidas com que, claro, podem discordar. Vamos lá então Benfiquistas: Que podem os dirigentes do nosso clube fazer para, sem nos corrompermos moralmente, enfrentarmos esta teia de poderes que nos diminui e asfixia?
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