Portugal, 13 de Novembro de 2012
O Benfica venceu o Rio Ave em sua casa, completando 4 jogos consecutivos sem sofrer golos e retirando benefício psicológico de ganhar pontos ao rival directo, que havia empatado 2-2 nesse campo.
O Rio Ave como se sabe está a fazer um bom campeonato e pode ser rotulado de equipa sensação. Venceu em Alvalade, empatou em casa com o FCP e estava em 4º lugar (agora 5º com os mesmos pontos do Paços de Ferreira). Quando as equipas apresentam este tipo de resultados, são equipas moralizadas, motivadas, sabem que podem discutir com qualquer equipa do nosso campeonatoe por isso mesmo, tornam-se adversários muito difíceis.
Ora quando os adversários estão a atravessar fases em que são difíceis de bater, é suposto que as coisas não sejam fáceis. Excepto quando jogam com o Benfica. Com o Benfica é tudo diferente... para o Benfica. Temos de jogar bem, ganhar por muitos caso contrário há problemas com o treinador ou com o plantel. O mundo da opinião desportiva está cada vez mais aborrecido, porque a gente já sabe sempre o que eles vão dizer das vitórias do Benfica.
Voltemos ao jogo em si e comparemos a estatística dos jogos Rio Ave – FCP e Rio Ave – Benfica. Em posse de bola, o Benfica teve 50% tanto como o Rio Ave e nesse aspecto o FCP ficou bem acima com 64% vs 36%. Em remates à baliza o Benfica fez 14 contra 9, o FCP fez 16 contra 12. Enquadrados com a baliza o Benfica fez 10 contra 3, o FCP fez 5 contra 5. Nas recuperações de bolas o Benfica fez 1 contra 6, o FCP fez 8 contra 6.
Básicamente, o FCP não aproveitou a maior posse de bolaporque rematou apenas mais 2 vezes que o Benfica, teve uma má percentagem de remates enquadrados com a baliza (5 em 16) enquanto o Benfica foi superior (10 em 14), o FCP teve pior desempenho defensivo permitindo 5 em 12 remate do Rio Ave enquadrados com a baliza, enquanto o Benfica apenas lhes permitiu 3 em 9. Talvez isto explique que o FCP tenha sofrido 2 golos e o Benfica nenhum.
Podemos também dizer que a nossa eficácia de remate foi pior que a do FCP, que em 5 remates enquadrados fizeram 2 golos enquanto nós em 10 marcamos apenas 1, mas pareceu-me que isso se deveu a duas situações: 1) fruto da maior posse de bola, o FCP conseguiu rematar mais vezes dentro da grande e da pequena área, 2) nós rematamos muitas mais vezes de fora da área e isso permitiu brilhar o guarda-redes Oblak.
Após a 9ª jornada não ocupamos o 1º lugar com os mesmos pontos do FCP, por um simples golo. Mas temos um excelente número de golos marcados, 23, e um anormalmente baixo, número de golos sofridos, 6 (3 dos quais de grande penalidade). A manterem-se estas médias, chegaremos ao fim do campeonato com 76 golos marcados e com 20 golos sofridos. O que convenhamos, seria um progresso face aos anos anteriores.
Pois perante este quadro francamente animador, em especial se considerarmos que os médios criativos, Carlos Martins e Aimar têm tido pouquíssima participação na equipa, que Javi e Witsel foram vendidos, que Luisão e Maxi estão castigados, para além de André Gomes e que durante o jogo se lesionou Enzo Peres que se tem vindo a assumir como alternativa a Witsel, ligamos para a Benfica TV para ver o pós jogo e o que vemos? A velha glória José Augusto a “fazer que faz” a defesa da equipa do Benfica e do seu treinador...
Num estilo quase sempre monocórdico, José Augusto, em frases entrecortadas por pausas que fazem supor que sabe mais do que aquilo que diz, mas não sabe, vai debitando frases e ideias que regra geral, apelam ao telespectador que faça um juízo criticodas substituições, o modelo de jogo, os desequilíbrios da equipa, etc.
Isto tem sido a sua postura – com este Benfica ganhador - que como se percebe, não é muito distinta daquela postura que os comentadores desportivos adoptam contra o Benfica, vendo o nosso copo sempre “meio vazio”.
O problema é que José Augusto é mais um sem credibilidade técnica para assumir, como faz, a certeza irredutível das suas ideias. Como treinador teve uma carreira sem grandes destaques e não os teve seguramente porque não soube fazer melhor. Lembro-me que deixou mal classificada a selecção portuguesa de sub 20, em 1986, selecção que tinha iniciado a campanha para o Mundial da Arábia Saudita. Trocou esta função com a de seleccionador da equipa feminina... e quem saiu a ganhar foi Carlos Queiroz e a Selecção que foi campeã mundial.
E posto isto não sei que “bichinho” de treinador de bancada morde a esta gente, que fala do que nunca soube fazer melhor, como se fossem de facto os donos da verdade das coisas. Continuo a achar que este tipo de comportamento se enquadra nas manifestações de falta de respeito, mesmo não o querendo ser. Vindo de benfiquistas e antigos jogadores, que também perderam os seus jogos por jogarem mal, parece-me mais grave e censurável.
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