Portugal, 21 de Outubro de 2012
Na continuação do tema, escrevi – parcialmente – o que penso do candidato e actual presidente, Filipe Vieira. Hoje, e com a mesma inconveniente sinceridade, escrevei sobre o candidato da lista B, a lista que apoioe a quem, se puder, entregarei os meus 20 votos (ainda não entreguei o cartão de sócio).
Como já referi, incluo o Dr.º Rangel na categoria dos “românticos” e vejo a sua lista formada por outros tantos como ele, mais um certo número de lunáticos. Românticos, porque vêem o futebol e toda sua organização, como nos anos 60, quando se fizeram homens e mulheres adultos, e viam o Benfica ganhar mais do que os outros dois rivais juntos. Lunáticos os que dentro destes, se acham donos dos direitos clubísticos gerados pela força, presença e dedicação permanente dos milhares de adeptos e sócios. Acham-se uma espécie de “guardiões do templo”, o que lhes permite actuar em público com total desrespeito pela diversidade do pensamento da nação benfiquista e total desrespeito pelos interesses mediáticos do clube.
Os românticos são uma espécie de adeptos que pensam ter existência, uma espécie de poção mágica na mística do Benfica, uma poção que mais nenhum clube tem, e que nos permite ultrapassar todos os obstáculos, mesmo os que parecem impossíveis de ultrapassar. E claro, uma poção que só eles conhecem, só eles podem utilizar. Só a eles está confiada. Aos guardiões do templo ...
Os românticos e os lunáticos andam frequentemente de mãos dadas, sendo por vezes difícil distinguir o pensamento de uns e de outros.
Mas desta vez o problema que têm para resolver, Filipe Vieira e todo o “sistema” que este trouxe para dentro do Benfica, ou que, na inversa, o empurrou para dentro do Benfica, “amarrando” o clube e promovendo o presidente “marioneta” à categoria de supra sumo em todas as áreas, é um problema muito complexo e de dimensão gigantesca.
A proverbial crença dos românticos na tal poção mágica que acham existir, levou-os a agruparem forças e vontades a pouco mais de 20 dias das eleições. Relaxados por incapacidade de perceberem aquilo em que o Benfica se transformou, fruto das alterações empresariais que eles – inocentemente - aprovaram no mandato de Vilarinho, estão condenados ao fracasso, mas ainda não o sabem. Confiam na sua poção mágica...
O irónico disto tudo. é que os românticos, que apoio na base de serem o mal menor, vão ser trucidados eleitoralmente da mesma forma que foi Vale e Azevedo, que eles na altura, como guardiões do templo, tanto combateram. Vão ser trucidados com a manipulação que a comunicação social tem feito das actividades, posições, programas ou não programas, de uns e de outros.
São as 1ªs páginas e as televisões que ganham eleições. Há um jornal em particular que tem uma ascendência enorme entre os benfiquistas, a BOLA, que não esconde através do critério que escolhe para as suas 1ªs páginas, de que lado está “a competência”, “a credibilidade”, “o rumo”, etc. Tal como fez na campanha que elegeu Manuel Vilarinho , o cavalo de Tróia, para a presidência do Benfica, salientando-se a foto a toda a 1ª página do “TRUNFO JARDEL”, a dois dias das eleições e quando as sondagens do próprio jornal, davam vantagem segura a Vale e Azevedo. Ora, nesta campanha, ainda não conseguiram compor uma 1ª página com fotos de Rangel em posição de destaque. Não é por acaso.
Quanto às televisões, e dado que – seguramente bem instruído – o candidato Vieira recusou debater as ideias que tem para o próximo mandato, assim como o falhanço desportivo do mandato que agora termina, Rangel não tem possibilidade de evidenciar as fragilidades do actual presidente, que nessa qualidade lá continua a fazer campanha, com os meios do clube ao seu dispor: Benfica TV e jornal o Benfica. Como a atribuição do número 1 ao sócio mais antigo...
Não tendo possibilidade de tirar a máscara a Vieira, Rangel ficar-se-á pelos tempos de antena de alguns programas televisivos, mas que os eleitores não costumam tomar como determinantes, mas sim como propaganda. Falta-lhe e faltará, o debate, o contraditório entre os dois candidatos. É esse que faz a diferença.
Concluo com outra particularidade. Vale e Azevedo que tão criticado foi pelas principais figuras da lista B, por querer ficar com a SAD, por estar a destruir o Benfica, por isto e aquilo, aceitou um debate televisionado com Manuel Vilarinho, no qual este aproveitou para levantar um papel com a palavra “MENTIROSO” de cada vez que Vale e Azevedo falava. Teve algum sucesso com esta acção de marketing da mensagem. Hoje, os herdeiros do mandato de Vilarinho, não passam cartão a quem teve mais responsabilidade pela queda de Vale e Azevedo: aos românticos que agora se reúnem na lista B! Curioso ...
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