Dia B II

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الأربعاء، 3 أكتوبر 2012

Dia B II


Portugal, 3 de Outubro de 2012

Ao contrário do que desejávamos, o Barcelona ganhou-nos (sem grande surpresa) e ontem acabou por não ser dia B, de Benfica. Foi sim dia B, de BATE Borisov, que venceu os milionários do Bayern de Munique! Sinceramente, não consigo imaginar o “reboliço” que seria, se em vez do Bayern fosse o Benfica. E o plantel do Benfica como se sabe, é várias vezes mais barato do que o dos alemães.

Temos uma crónica falta de cultura desportiva que a comunicação social exacerba através da crítica agressiva e leviana, que os responsáveis directivos não contrariam por dependência desta comunicação social que os promove ou protege e também por não terem qualidade argumentativa para contraporem.

Assim, há 15 dias a generalidade das peças desportivas referia que o Benfica tinha perdido 2 pontos em Glasgow por falta de ambição, e houve pelo menos um desses analistas de pacotilha (adepto do Benfica por sinal) que chegou a “profetizar” que dificilmente o Celtic iria pontuar em casa com as outras duas equipas (“táctica” da opinião, para afundar mais o Benfica, equipa e treinador). Ora o Celtic ganhou na Rússia, chamando “burros” a todos os que os avaliaram mal.

E ontem os “burros” lá estavam outra vez nos mesmos programas, fazendo de conta que não se tinham enganado, mas continuando a enganar os telespectadorescom as suas observações de “manual”: para o Benfica, o copo está sempre meio vazio.

Sem surpresa verifico que parte significativa dos textos publicados hoje nos blogues, são de uma pobreza desportiva inadequada a um clube com a grandeza do Benfica. Um grande clube deve ter grandes adeptos. E os grandes adeptos sabem perder e reconhecer a superioridade do adversário. Porque há uma regra que é básica: se uma equipa ganha é porque jogou e foi melhor do que a outra (este principio só é contrariado se o jogo for arbitrado por Benquerença, Proença ou Xistra, que depois de roubarem o Benfica, têm notas de 3,9 em 5).

Se recuarmos à épica vitória em Liverpool, na época 2005/2006, recordamos que os adeptos do Liverpool se despediram do Benfica com enorme salva de palmas e da sua equipa cantando “we’’ll never walk alone”. Está bom de ver que isso não seria bem visto por essa franja de opinadores bloguistas para os quais o Benfica não pode perder. Ou pode perder se jogar bem, o que é, por regra, uma impossibilidade. Dito de outra forma, esses adeptos socorrem-se de uma virtualidade para esconder o seu fraco desportivismo.

Está bom de ver que não vejo as coisas assim e até acho que esta é uma “doença” que mina as possibilidades de sermos melhores no futuro. Quando a contestação é improdutiva e não larga arraiais do clube, obviamente que só se podem continuar a tomar más decisões directivas. O SCP com 7 treinadores nos últimos 3 anos e picos, é um bom exemplo, mas há gente que pensa que estas coisas “só acontecem aos outros”, esquecendo o que se passou entre Julho de 94 e Outubro de 97.

Adiante. O Barcelona mostrou na Luz porque provoca debates sobre se é a melhor equipa da história do futebol. Tem um sistema de jogo invulgar e que foge à lógica do futebol (não tem avançado fixo nem joga em modelo táctico rígido tipo 4-4-2, 4-2-3-1, etc), e até hoje poucas equipas encontraram “antídoto” fiável. Se lhes ganham uma vez, a seguir perdem 3 ou 4. O chamado “tika-taka” mais não é que um futebol com liberdade criativa quase total, realizado por jogadores de grandíssima qualidade. Alguns que até provocam crises existenciais ao milionário Cristiano Ronaldo. Não é por acaso.

É para mim injusto, inconsequente e até perigoso, avaliar a qualidade da nossa equipa nas provas internacionais ou de dois ou três jogadores com desempenhos menos bem sucedidos, num jogo com esta equipa que é provavelmente a melhor de todos os tempos. Porque este Barcelona é incomparável (para já).

Também me parece que a conjugação de resultados verificados na jornada de ontem, não retira qualquer possibilidade de apuramento para os oitavos de final, embora agora seja vital que o Barcelona cumpra a sua parte e ganhe os dois jogos ao Celtic (empatando 1 pode também não ser mau). Se o Benfica vencer os dois jogos que faltam em casa, não perder na Rússia (como vaticinei no texto anterior), e o Barcelona vencer o Celtic duas vezes, estamos nos oitavos de final!

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