Avisem-me quando toda esta farsa acabar

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الخميس، 18 أكتوبر 2012

Avisem-me quando toda esta farsa acabar

Não vou ao ponto de questionar o seu Benfiquismo e as suas intenções. Quero acreditar que será tão Benfiquista como qualquer um de nós, já que acredito que até os leitores mais céticos e mais críticos deste espaço já perceberam que aqui ninguém tem Listas Escondidas nem tem ambição de aceder a qualquer cargo na Direção. Quem escreve, bem ou mal, disto ou daquilo, fá-lo na condição de Benfiquista assumido e porque sente as coisas de determinada maneira. Exceção, claro, a uma pessoa neste blogue, um tal de Viriato de Viseu, que assumidamente ainda não perdeu a esperança de um dia ser o motorista do “Vermelhão”! Fica então um recado às listas concorrentes ao ato eleitoral, aqui o Viriato está disponível para apoiar qualquer uma das listas, bastando para isso um lugar reservado ao volante do autocarro do Glorioso e duas sandes de courato para a viagem! Contactos através do email do blogue.

Brincadeiras à parte, aqueles que acompanham este blogue há mais tempo, lembrar-se-ão de que fui quase sempre um acérrimo defensor do atual Presidente, defendendo-o muitas vezes de ataques vindos de diversos quadrantes, os quais, errada ou acertadamente, eram na minha opinião injustos. Eu era, como me chamavam, o copo sempre meio cheio. No fundo, fui sempre contra uma certa rotulagem ao Presidente, sempre pelo lado negativo. Não que não tenha cometido erros. Cometeu, e muitos mas, se havia (e há) muito de mau para se lhe apontar, ignorar o que de bom também fez, só por má fé ou cegueira aguda. E o bom foi muito!!

Suportei até com algum comodismo a ausência de títulos. Suportei porque percebi, porque entendi o contexto, e quis acreditar que a ausência de títulos era um mal necessário no caminho da reabilitação do clube. Inquestionavelmente não tenho memória curta, e lembro-me das dezenas, centenas, milhares de páginas de jornais do período de transição do milénio. Lembro-me como se fosse hoje das Operações Coração, das notícias, umas atrás das outras a encher capas de jornal, de credores em catadupa a reclamar dívidas que o clube não conseguia cumprir. Lembro-me do gozo na escola, de como o clube era alvo de chacota, uma grande Instituição literalmente nas ruas da amargura e o seu nome espezinhado na lama.

E quando recordo esses tempos, tenho forçosamente de reconhecer um mérito imenso a Luís Felipe Vieira, porque esses tempos acabaram. Em dez anos de presidência, não me lembro de uma única referência a ordenados em atraso. A ausência de títulos a que eu me acomodara era, por assim dizer, um mal necessário, um meio para chegar a um fim, consequência inevitável dos tempos que o clube atravessava.

Aceito que outros pensarão de forma diferente mas, eu prefiro ser pobre e andar de cabeça erguida, do que ser rico e andar com a espinha curva, que era como andavam todos os Benfiquistas no início do milénio. Fruto da necessidade de pagar tanta dívida herdada, aceito que não tenha sobrado muito para bons jogadores, daí, claro, contentores de jogadores que chegaram ao clube sem categoria nenhuma, consequência óbvia de se ir ao mercado com meia dúzia de tostões e sacos de rebuçados. Se se comparar as contratações desses tempos longínquos com as dos últimos 4 anos, percebe-se que a percentagem de erros desceu drasticamente. É mais fácil acertar quando se compram primeiras ou segundas escolhas, em vez de quintas ou sextas como acontecia antes.

Mas dito isto, e apesar de tudo o que de bom se fez, não há em mim rejubilo nem entusiasmo pelos tempos que correm. LFV falhou neste mandato que anunciou como o do Sucesso Desportivo mas, não é isso que invalida achar que estamos perto, cada vez mais perto do sucesso desportivo, também no futebol. Não é por estes falhanços recentes, inquestionavelmente bem menos doloroso e fatais do que o insucesso crónico de há 5, 10 ou 15 anos atrás, tempos em que perdíamos por capote, submissos e sem jogar peva, que ache que LFV deva sair.

Mas estou dececionado apesar de tudo, profundamente dececionado com este atual estado de coisas, dececionado ao ponto de quase me apetecer passar a ver as coisas apenas pelo lado do copo sempre meio vazio. Estes não são tempos em que me orgulhe da forma como o meu clube é dirigido. Pergunto-me o que leva um qualquer Presidente a recusar-se a debater com um outro qualquer candidato a Presidente, em dois períodos eleitorais consecutivos.

Pergunto-me dos porquês desta presunção, de alguém achar ser legítimo apresentar-se a sufrágio sem qualquer programa, sem ter de responder a qualquer pergunta, a reclamar louros, endeusamento e gratidão eterna, por obras realizadas há dez anos atrás, sem achar OBRIGATÓRIO DIZER DESDE JÁ, QUE MERDA VAI FAZER POR EXEMPLO EM RELAÇÃO À RENOVAÇÃO DOS DIREITOS TELEVISIVOS COM A OLIVEDESPORTOS, para que todos saibam, para que tudo seja cristalino, para que os sócios nunca possam dizer um dia que foram enganados.

Pergunto-me dos porquês da alteração dos estatutos do clube, das motivações por detrás da proposta, do porquê da necessidade de 25 anos como sócio EFETIVO para se poder ser candidato a presidente, significando isso que alguém que seja sócio desde o dia em que nasceu, só poderá concorrer a Presidente aos 43 anos (!!), já que apenas aos 18 anos se torna sócio efetivo! Ou seja, antes dos 43 não se tem condições de presidir a um clube como o nosso, sem as suas cores clubísticas serem postas em causa?! O que dizer de António Salvador que tomou conta do Braga aos 33, e com tão bons resultados?!

Eu bem sei que me vão dizer que os sócios votaram, meia dúzia de sócios que se reuniram numa quinta-feira à noite numa Assembleia Geral pouco publicitada, assim ao género de um encontro clandestino na garagem do vizinho para jogos de cartas a dinheiro. Mas o facto dos sócios votarem não invalida o propósito de quem propõe as alterações. Qual foi o propósito? Tornar o clube mais liberal e democrático?! Os sócios, ou a grande maioria deles, não tem tempo, nem disponibilidade, nem conhecimentos para ver mais além. A maioria dos sócios não faz perguntas porque está sempre de boa fé! A maioria dos sócios confia nas chefias, reclama por liberdade mas gosta do conforto que o servilismo proporciona, e recusa-se a acreditar em fantasmas. A maioria dos sócios nem sequer pensa pela sua cabeça porque pensar dá muito trabalho. Sempre foi assim, sempre será. Tal como a maioria dos cidadãos se queixa de tudo mas, elege em cada Eleição Autárquica para as suas freguesias todos os candidatos “com nome na Praça” que se apresentam a sufrágio com processos pendentes em tribunal!

Pergunto-me dos porquês da discrepância de votos consoante os anos de associado, de sócios de primeira e sócios de segunda, dos porquês de uma eleição de um clube com a grandeza do nosso se poder decidir quase apenas com os votos das Casas do Clube, significando isso vitória garantida para alguém que anda em campanha pelas Casas do Clube há pelo menos dez anos!

Pergunto-me dos porquês do não esclarecimento em relação às dúvidas, mais do que legítimas e fundamentadas (Leiam aqui:), que hoje todos temos em relação aos anos de associado do atual Presidente. Pergunto-me dos porquês em relação a este silêncio. Pergunto-me dos porquês do canal BenficaTV não ser capaz de acompanhar um período eleitoral do clube com isenção.

Os porquês?! Digam-me vocês mas, acho que nem mesmo com toda ingenuidade do mundo seria incapaz de adivinhar a resposta: Não quer dar o lugar a ninguém!

Vamos pois discutir as duas listas, as campanhas, os programas e os Presidentes? Discutir o quê, se isto está tudo cozinhado e a eleição foi garantida bem antes do período eleitoral começar?!

Contem pois comigo, para discutir daqui a algum tempo os erros dos treinadores, as bolas no poste e os penalties por assinalar. Mas sobre eleições termino aqui. O “cozinhado” tornou qualquer discussão irrelevante. O Benfica não merecia isto. Avisem-me quando toda esta farsa acabar.

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