Portugal, 17 de Outubro de 2012
Consumada que está a apresentação de duas listas para o acto eleitoral do próximo dia 26, vou escrevinhar alguns apontamentos sobre as mesmas, pedindo desde já desculpas pela minha inconveniente sinceridade (ou frontalidade, como preferem alguns poetas).
Vão a eleições duas listas. Uma, encabeçada por um oportunista rodeado de uns tantos iguais a ele e outros tantos imbecis. Outra encabeçada por um romântico, rodeado por uns tantos iguais e outros tantos lunáticos. Vou apoiar a lista B, não por ser de “B” de Benfica, mas porque é a lista menos má, na perspectiva do futuro imediato do Clube e grupo empresarial.
De cada uma das listas tenho a dizer o seguinte.
Da lista “A” pouco de novo há para dizer. Perspectivam-se mais 4 anos de gestão ruinosa, intencionalmente ruinosa, de modo a que os capitais próprios consolidados continuem a ser negativos, forçando um novo aumento de capital em espécie, para que o clube , por ter a maioria do capital da SAD, terá a maior entrega. Como não há dinheiro, entrega-se património. A Benfica Estádio já se foi, mas os terrenos do Seixal podem ser uma das opções.
De Vieira, que já recebeu palavras de apreço por parte de Guilherme Aguiar e do super empresário Jorge Mendes , também pouco de novo há a dizer. 11 anos a enganar os adeptos, com o apoio da bem orquestrada comunicação social do amigo Joaquim e financeiramente dependente do BES, apenas se pode dizer que é o candidato do “sistema”. Com uma empresa de comunicação por trás, tem sempre o discurso escrito por outros, do “sabemos para onde vamos” e “recuperamos a credibilidade” e quando a coisa aperta, como agora, há ainda o “papão” Vale e Azevedo para acenar aos adeptos.
De facto Vale e Azevedo é benfiquista. E seguramente ficou triste por perdermos 5-0 com o FCP, ao contrário do Sr.º Vieira que chegou a aplaudir os 2 golos do FCP ao Benfica de Heynckes, naqueles anos em que era um pequeno empresário da construção civil à procura de um lugar ao sol, no rentável (para alguns) mundo do futebol. Foi por ser benfiquista e presidente do Benfica que Vale e Azevedo impediu que o Alverca descesse de divisão, em ano que a gestão do Sr.º Vieira não deu para mais. Como aliás continua a não dar...
De Vieira o que podemos esperar é pois mais do mesmo. Insucesso desportivo, investimento económico sem retorno desportivo por erros de arbitragem mais do que por erros próprios, vitórias nas modalidades à custa de fenomenais injecções de dinheiro que o BES amavelmente empresta, de modo a que no final os fabulosos proveitos (os maiores da nossa história) nunca consigam cobrir a parte dos juros que todos os anos pagamos. Este ano, apesar da comunicação social se ter esforçado em tapar esse aspecto, sabe-se que pagamos mais de 20 milhões! Uma boa renda para o BES.
Também Joaquim não se pode queixar. Vieira “deu-lhe” 12 anos de contrato em 2003, a 8 milhões de euros por ano, quando JVA contra tudo e contra todos, conseguiu facturar 6,125 milhões em 2000 (3 anos antes, contas da Direcção de Vilarinho, prospecto do aumento de capital da SAD, Maio 2001).
Mas o adepto do Benfica lê jornais, vê televisão, ouve rádios, e para esses está tudo bem. E para o adepto também. A orquestração funciona na perfeição e só por distracção, é que os apoiantes da lista “B” não repararam nas 1ªs páginas dos jornais desportivos no dia seguinte ao anúncio de cada candidatura: para Vieira a metade superior da 1ª página, em ponto grande, para Rangel pequenas referências dispersas nessa 1ª página. Isto conta, isto influencia, e nesse aspecto Vieira parte com larguíssima vantagem.
Suficiente para vencer? Acho que só um assomo geral de rebeldia positiva do universo benfiquista pode impedir que a vontade da comunicação social, imponha as suas leis.
Por último, partilho uma dúvida que se me assomou ao espírito nos últimos dias, ao mesmo tempo que percebi que o Sr.º Vieira usurpou um número de sócio que não é seu (será por acaso que não fez parte da lista do Dr.º Vilarinho? Teria condições de elegibilidade nessa altura?). A dúvida é a seguinte. Vieira no início dos anos 90 tinha um pequeno negócio de pneus em Braga. Vendeu a sua parte na empresa (que entretanto faliu) e dedicou-se quase em exclusivo à construção civil, em Alverca. Até Manuel Ribeiro lhe dar a mão para a Direcção do Alverca. Ora entre o início dos anos 90 e 2001 quando entrou na SAD do Benfica, passaram cerca de 10 anos. Será crível que neste período de tempo, o Sr.º Vieira empreiteiro , tenha economizado tanto dinheiro que lhe permitiu entrar com 850 mil contos (4,250 milhões de euros) para o capital social da SAD do Benfica?
A não ter havido trapaça com o BES (que tanto tem lucrado com esta “gestão”), qual será hoje – a declaração de rendimentos do Sr.º Vieira?
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