Nem tudo é futebol - O estado da nação por Manuel João Vieira

Manuel João Vieira: artista e pensador, distinto morador do centro do Universo: o bairro de Campo de Ourique!

 

"[Mais Austeridade] Manuel João Vieira: "Os testículos da pátria estão neste momento prenhes de vitalidade"

A BLITZ falou com o Candidato Vieira, heterónimo político do líder dos Irmãos Catita e Ena Pá 2000, sobre o "estado da nação" - e ele não se conteve.

Falámos com um provocador nato, senhor de convicções fortíssimas, líder carismático de projetos musicais, homem de múltiplas peles e outros tantos heterónimos. Ainda assim, no Bilhete de Identidade, lê-se Manuel João Vieira. O assunto? O da ordem do dia: as medidas recentemente anunciadas pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e por Vítor Gaspar, ministro das finanças. Seguem as palavras de Candidato Vieira ("gostaria de falar enquanto tal"), em discurso direto.

"Estas novas medidas apontadas por estes dois gestores para a empresa Portugal, do qual todos somos acionistas, apontam no sentido progressivo de uma resolução do problema laboral. No futuro, as pessoas terão de pagar para trabalhar . É esse o cenário extremamente proveitoso para o Estado. Se um funcionário público, em vez de receber, tiver de pagar um salário ao governo, de facto é muito melhor e toda a gente fica satisfeita."

"Outro cenário interessante, que presume este tipo de medidas, é a adoção da escravatura . Tem-se dito muito mal da escravatura mas ela existe e não a podemos esconder. Os portugueses têm de perceber que as medidas são necessárias. Também tem de compreender que a sodomia não é só um procedimento sexual. A sodomia refere-se também a determinados procedimentos económicos. Acho que está mais ou menos à vista que o resultado pode ser excrementício".

"Em relação à dureza das medidas, acho que a característica da "dureza" se prende mais uma vez com o ato de sodomia económica que se está a praticar. Agora se os portugueses gostam de sodomia económica e tirania fiscal, podem continuar, porque o masoquismo [dos portugueses] é uma atitude perfeitamente legítima . Devemos respeitar a posição dos portugueses, que neste momento deverá ser uma posição de joelhos para baixo e com o rabo para cima".

"Se me fosse dada a possibilidade de orientar todo este negócio, poria os portugueses como accionistas. A votarem se querem realmente esta equipa de gestão. Porque esta equipa que está nos destinos da nossa empresa não tem dado os resultados que nós precisamos. É necessário demitir esta equipa e todas as outras que vivem no mesmo tipo de paradigmas económicos e governativos. Acho que o que os governantes precisam é de um salpicão pelo intestino grosso".

"Os portugueses são descendentes de uma raça de piratas, que deu novos mundos ao mundo, uns poemas mais chatos, outros poemas melhores. Eu acho que os testículos da pátria estão neste momento prenhes de vitalidade e do esperma fértil que vai irrigar todo este bonito vale que se chama Portugal ".

"[Por fim], quero apelar aos portugueses que usem o seu intelecto extraordinário para nos dirigirmos para um futuro melhor. Isto vai acabar em bem. Poderá ficar um bocado pior antes de ficar bem mas, no fim, os portugueses vão ter muitos filhos e ser muito felizes". "

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