Portugal, 20 de Junho de 2012
“Perde-se a conta ao número de vezes que Pedro Manuel Torres (Mantorras) leva ao delírio a Luz, simplesmente por correr para o banco de suplentes instantes antes de entrar em jogo” – Mística, Dezembro 2007.
Golos marcados: Alverca, 1999/2000, 6 jogos, 0 golos. Alverca, 2000/01, 28 jogos, 9 golos. Benfica, 2001/02, 33 jogos, 13 golos - Mística, Dezembro 2007.
“O futebol merecia ter tido o Pedro durante muito mais tempo e o Pedro merecia ter podido confirmar a nível mundial o jogador que era” – Luís Filipe Vieira, jornal Benfica, 8 de Junho de 2012.
Quem lê os meus textos sobre futebol e o Benfica, em particular após Novembro de 2000, percebe que não sou muito dado a sentimentos, a sentimentalismos, embora os respeite enquanto manifestações de alegria ou dor dos adeptos. O Benfica está acima disso tudo, das lágrimas, do sofrimento, das vitórias, das conquistas, etc. O Benfica é isso tudo e muito mais.
Nunca percebi muito bem a contratação de 50% dos direitos económicos e desportivos de Mantorras em Março de 2001 por 5 milhões de euros (na moeda actual), mais juros pagos ao BES que totalizaram 1 milhão de acordo com entrevista dada Por Domingos Soares Oliveira à mesma Mística, em data que não consegui identificar até iniciar a escrita deste texto.
Na altura o Sr.º Luís Filipe Vieira era indigitado ou já exercia as funções de Gestor de Futebol do SL Benfica, em simultâneo com as funções de Presidente do FC Alverca, sendo a SAD do Alverca (a quem pertencia o passe de Mantorras) presidida pelo seu filho e tendo também como accionista, o Sr.º Joaquim Oliveira.
“Claro” que este negócio só seria “escuro”, para os tais sócios notáveis que aparecem em tudo quanto é comunicação social, debitando doutas opiniões sobre futebol e ética, se Vale Azevedo estivesse no meio. Assim tudo foi normal...
Em Novembro de 2001, quando Mantorras “brilhava” no Benfica, o FC Alverca (já não presidido por Filipe Vieira) recomprou 50% do passe que estava na posse do empresário Jorge Manuel Mendes (não confundir com Jorge Mendes), pela quantia de 360 mil contos, (cerca de 1,8 milhões de euros). No intervalo de 6 meses, os 50% que o Benfica tinha comprado desvalorizaram 3,2 milhões de euros!
Se não percebi a avaliação de 2 milhões de contos (10 milhões de euros), em 2001, feita pelo Sr.º Vieira ao passe de um jogador que tinha marcado 9 golos em 34 jogos no Alverca, muito menos percebi que lutando o Benfica com dificuldades financeiras (segundo se dizia na época) fosse embarcar neste enorme esforço financeiro.
Tanto mais que na época 2000/2001, o Benfica teve como pontas de lança o João Tomás (15 golos) e Van Hooijdonk (19 golos), sendo que o holandês havia custado 6 milhões de euros por 100% do passe.
Mas estes jogadores não poderiam ficar no Benfica, para não ofuscarem o “brilho” que se pretendia para Mantorras e a nova “equipa maravilha”, assim baptizada por Luis Filipe Vieira quando da sua apresentação aos sócios em Agosto de 2001. A tal equipa que com 13 golos de Mantorras, fez menos 1 ponto do que Souness e os “toscos” ingleses!
João Tomás creio ter sido vendido por 3,5 milhões de euros segundo se constou, o que foi bom para um jogador vindo do Rio Ave (a Direcção de Vale Azevedo não percebia nada de futebol), mas Van Hooijdonk terá sido vendido ao desbarato por qualquer coisa como 1,5 milhões de euros, escassos meses depois de custado 6 milhões. Um escândalo que ainda hoje passa sem critica... (cont.)
Post a Comment