A estrevista de Fernando Tavares - Parte II

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الأحد، 24 يونيو 2012

A estrevista de Fernando Tavares - Parte II

Investimento marginal: Parece-me perfeitamente razoável assumir um deslizamento moderado num orçamento se tal permitir aumentar consideravelmente a probabilidade de sucesso. Os custos do insucesso serão sempre muito maiores. Já tivemos exemplos bem dolorosos desta realidade. 

Tomada de poder no clube e na SAD: É uma acusação gravíssima, com destinatários definidos que não deve ficar por aqui. Refere-se a altos funcionários não Benfiquistas que, assegura, têm agendas de boicote do clube e da SAD impedindo o crescimento da sua competitividade desportiva global, alegando que deveriam subordinar-se funcionalmente aos membros eleitos, devido à maior legitimidade e empenho destes. Esta afirmação carece de demonstração cabal e da consequente resposta dos visados, que têm todo o direito de se defender, e nós, o direito de ser esclarecidos, visto que se trata de um tema fraturante, que tem de acabar de uma vez por todas. Se por um lado compreendo o desconforto e a suspeita permanente que paira entre Benfiquistas sobre uma Direção que contrata para lugares-chave, profissionais adeptos de outros clubes, por outro lado, também compreendo que a emotividade do dirigente-adepto conduz frequentemente à irracionalidade e ao descalabro, tal como aconteceu com as Direções anteriores à atual. Por mim, considero absurda tal acusação, na medida que, qualquer projeto de tomada de poder num clube, só terá viabilidade se visar o sucesso do mesmo. O que me importa é saber se as pessoas em questão cumprem bem ou não a sua função. E é neste domínio que tal acusação tem que ser sustentada. 

Não esqueço o total descrédito e anarquia que se vivia no clube anteriormente, nem a “deriva” que frequentemente se apodera dos “notáveis” que se julgam “donos” e “fiéis depositários” do património cultural do clube, julgando-se legitimados para condicionar a gestão corrente ou estratégica do clube, acabando por a manietar, condenando-a irremediavelmente ao insucesso. Devolver ao Benfica a sua grandeza, na atual conjuntura e após o descalabro, é uma tarefa lenta e árdua, que exige o empenho de todos, cada um no seu posto. Para bem do clube, é imperativo eliminar esta desconfiança de uma vez por todas, reconciliando os Benfiquistas, sendo que, tal só será alcançável, com respeito mútuo. 

Autocrítica: Ao reconhecer que deveria ter envolvido mais o Presidente do clube na sua gestão, demonstra a sua honestidade, mas também levanta a ponta do véu! Fernando Tavares não gostou de ver reduzida a sua autonomia em benefício de “um membro não eleito” nem de perder influência junto do Presidente, opondo-se à cadeia hierárquica, indispensável ao sucesso de qualquer instituição. Naturalmente, tudo terá ocorrido em circunstâncias de grande tensão, desfavoráveis ao diálogo. Foi pena. 
  
Confronto de ideias: Sem o afirmar abertamente, FT dá a entender que o atual Presidente não estimula o debate de ideias, o que, a verificar-se, é grave, visto que, este, estimula os colaboradores a envolverem-se na identificação e resolução dos problemas com benefício da instituição. Dispensar este contributo é um mau ato de gestão que, porém, não pode pactuar nem com indisciplina ou com permissividade. 

Estruturas e formação nas modalidades: Aponta a falta de profissionalização destas estruturas como principal razão para o défice de vitórias nas modalidades, bem como falta de aposta na formação no caso do andebol, apesar do desinvestimento que se tem verificado nas equipas adversárias; afirmação que parece revestir-se de grande pertinência. Ainda hoje lamento a saída de Alexander Donner e lamento que FT, não o possa ter esclarecido, deixando no entanto claro que se tratou de algo muito grave! 

Medidas drásticas: A decisão que tomou de retirada do Benfica na Liga de Basquetebol que terá provocado a implosão desta e propiciado a ascensão do clube às vitórias nesta modalidade, é um exemplo do tipo de medidas que, defendo, devem ser tomadas noutras modalidades, incluindo o futebol sénior. Já quanto ao hóquei refere FT não ter tido apoio presidencial na implementação do projeto delineado com Carlos Dantas, que devolveria ao clube a hegemonia na modalidade, revelando-se surpreendido por algumas dessas ideias terem sido implementadas posteriormente. É possível que assim seja, porém, apesar do enorme respeito e gratidão que tenho por Carlos Dantas, percebi que o seu ciclo tinha terminado no Benfica, quando declarou publicamente não saber porque ganhava o outro clube, em vez de denunciar sem tibiezas as conhecidas “ más práticas da arte” em que é useiro e veseiro, para g´qudio geral. 

Incidentes no Basquete: Ao reconhecer não haver inocentes nos incidentes verificados no recinto do outro clube no jogo que decidiu o título, FT está a responsabilizar os Atletas, Técnicos e Dirigentes do Benfica, algo que repudio veementemente. Tal como me parece despeito, a censura que fez do discurso do Presidente, referindo que teria feito melhor. Aqui esteve mal FT, pois tratou-se de uma das raras ocasiões em que Filipe Vieira “pegou o toiro pelos cornos”, algo que deveria fazer com mais frequência.

Venezuelisação: Tal como FT reconhece, trata-se de uma expressão excessiva e infeliz, acrescento eu, por se tratar de uma referência deselegante ao Presidente de um clube onde, ao contrário do que insinua, os sócios exercem livremente a sua soberania nos atos eleitorais ordinários. Mais uma vez, o despeito ganha terreno ao bom senso. 

Estatutos: Partilho do ponto de vista expresso por FT e considero que as condicionantes introduzidas para admissão dos candidatos resultarão em graves prejuízos para o clube, embora reconheça a necessidade de prevenir o aventureirismo ou a infiltração de agentes adversários. Tal como refere, é um ultraje à tradição Democrática do clube.


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