Apesar de andar semi-retirado da escrita por motivos profissionais estas últimas três semanas que feriram o coração de qualquer benfiquista que se preze obrigam-me a ter de escrever estas linhas porque o Benfica está numa crise profunda. Uma crise auto-provocada pela incompetência gritante de quem dirige o clube no plano desportivo.
Uma regra universal para qualquer clube desportivo é que a sua força vem não só dos seus sócios, mas também da qualidade, inteligência e acima de tudo sede de vencer de quem dirige os destinos de um clube. Quando um clube tem á sua frente líderes com uma fome de títulos para o seu clube (e havendo competência) então é óbvio que esse clube atingirá a grandeza. Foi assim com o Benfica, durante os tempos da Ditadura em que teve de defrontar a inimizade do Regime tal como com o Barcelona e Athletic Bilbao eram grandes em Espanha no tempo de Franco entre outros exemplos. Os seus dirigentes lutavam contra as injustiças e preocupavam-se mais com a glória do clube e do ideal que representava do que com o seu benefício próprio.
Infelizmente, eu deixei de acreditar nesta Direcção que está num momento de total crise de valores do benfiquismo, tirando uma única pessoa que demonstra alguma revolta contra a sodomização permanente do clube por parte da Corrupção: Rui Costa.
Porque é que eu acredito que existe uma crise de benfiquismo?
Se esta Direcção merece elogios é porque de facto tem obra feita, tangível e que qualquer benfiquista pode ver:
- O Estádio,
- O centro de estágio,
- O canal de TV e o número avassalador de sócios bem como o Departamento de Marketing altamente profissional que inventa sempre métodos novos e brilhantes de entusiasmar os benfiquistas e de os levar a colaborar com o clube apesar da seca de títulos,
- Os lucros gerados pela venda das jóias que despontaram no clube,
Ou seja, esta Direcção é meticulosamente profissional e competente no que trata á geração de dinheiro e lucro. Existem imensos benfiquistas que sentem um indesmentível orgulho nestes feitos da Direcção - nos títulos de Betão e Finanças.
No entanto, quem beneficia verdadeiramente com estes feitos prodigiosos de Engenharia Civil e Financeira do Benfica? Não são certamente os mais de duzentos mil sócios que todos os meses pagam as quotas ao clube. Nunca vi um tostão cair na minha conta pelos contratos de empreitada de construção do estádio, ou das grandiosas vendas de David Luiz, Coentrão, Di Maria, etc, etc.
Porque tenho que sentir orgulho, enquanto adepto de futebol por transferências de alto valor quando daqui por vinte anos isso já não vai interessar para nada?
É mais do que óbvio de que quem vibra mais com isto são, além do banco BES, os "lobos com pele de cordeiro" que neste momento pululam nos corredores da Luz. Aqueles predadores que debaixo da pele de "benfiquistas" apenas estão no clube para proveito próprio.
Se no caso do Sporting Marinho Neves foi expurgado por invejas apesar de ter ajudado o clube a ganhar o campeonato então o mesmo se pode de dizer de Veiga no Benfica. O que é um facto é que existe muita gente neste momento na Direcção do clube que não se importa de ver o clube humilhado desde que mantenha os seus privilégios e possa comer os seus croquetes na suite presidencial sem ter que se misturar com a plebe do que ver o Benfica a ganhar se isso for alcançado pelo labor de alguém que demonstra mais sede de vencer no clube.
Se no caso do Sporting Marinho Neves foi expurgado por invejas apesar de ter ajudado o clube a ganhar o campeonato então o mesmo se pode de dizer de Veiga no Benfica. O que é um facto é que existe muita gente neste momento na Direcção do clube que não se importa de ver o clube humilhado desde que mantenha os seus privilégios e possa comer os seus croquetes na suite presidencial sem ter que se misturar com a plebe do que ver o Benfica a ganhar se isso for alcançado pelo labor de alguém que demonstra mais sede de vencer no clube.
Deixei de acreditar á bastante tempo que uma Direcção que já demonstrou reconhecidamente competência em outras vertentes não consiga combater o Monstro da Corrupção apenas por incapacidade. Porque para além dessa competência já queimou em público quem os combateu e quem trouxe sucesso ao clube: José Veiga e Rui Costa em tempos diferentes. Pura e simplesmente, não têm vontade. Estão acomodados e cegados pela soberba de serem dirigentes do maior clube português e não compreendem que essa não é uma posição que pertence ao Benfica por direito mas sim porque durante décadas e décadas existiu muita gente de outra cepa que lutou para elevar aos píncaros o nome do clube. Algo que claramente ESTES não fazem.
É incompreensível que se queira construir um mandato de sucesso desportivo, que passa inevitavelmente por ter sucesso em Portugal, sem que hajam responsáveis por estudar as manobras da Corrupção, por tentar condicionar ao máximo o tráfico de influências e jogos de corrupção de quem infelizmente domina o futebol português. Para fazer isso, o Benfica necessitava se não de um José Veiga (que levanta muitos anticorpos a muito bom benfiquista) pelo menos de um Marinho Neves. Precisava de uma elite dirigente que não ficasse acomodada ao poiso e que não fosse invejosa de quem dá uma pedrada no charco e trás sucesso ao clube como já se viu uma e outra vez na história recente do clube.
Acima de tudo precisava de dirigentes que não dormem com o Inimigo, que tratam Salvadores e Oliveiras como amigos do peito quando são declaradamente anti-Benfica. Que não fortalecem adversários se não directos no campeonato pelo menos hostis ao clube como o Braga com Amorins enquanto que não se resolvem lacunas do plantel. Que não apoiam dirigentes Corruptos DUAS VEZES para orgãos de influência no futebol português. E que não se esquecem de precaver as jogadas mais que previsíveis dos Corruptos sobre os árbitros.
Infelizmente, neste momento o Benfica está órfão. Está entregue a uma casta gulosa de pseudo-benfiquistas e bancários que suga a força do clube em nome do lucro fácil e que não faz o necessário para defender o bom nome da instituição e seus sócios contra os inúmeros ataques de que são alvo - tanto físicos como ao bom nome.
Está orfão de dirigentes guerreiros que não tenham medo de combater o inimigo onde necessário e que não tenham invejas de quem trás sucesso ao clube partindo para a guerra e condicionando as manobras corruptas em vez de fechar os olhos á vergonha que se passa no futebol nacional. É um trabalho complicado? Sim. Mas em décadas anteriores o Benfica tinha gente desta cepa. O que temos hoje? Numa época em que a nossa Democracia está tão degradada que a nível de Justiça estamos a um nível tão atrasado como nas décadas de 50 e 60?
A elite correntemente dominante no clube não garante isto pois está comprometida com os representantes da Corrupção, tanto por amizade, como que por negócios, como que por razões que são desconhecidas no caso do apoio a Fernando Gomes. Neste momento, o Benfica está submisso aos interesses do braço financeiro do Sistema e os supostos benfiquistas desta Direcção não dão espaço a que surja quem demonstre força e vontade de devolver o Benfica ao lugar que todos os benfiquistas ambicionam porque pura e simplesmente não convém ás elites.
É a única conclusão a que se pode chegar pois se assim não fosse bastava simplesmente arranjar gente que sabe o que é o futebol português, que se sabe mover nos meandros do futebol português para prevenir e condicionar manobras de quem corrompe além de construir equipas ganhadoras em vez de se construir vedetas para gerar dinheiro e assobiar para o lado enquanto que nos roubam.
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