A derrota em Guimarães foi um percalço no caminho da 'Estrada 33'.
Não há equipas invencíveis, nem o Barcelona que tem dominado o futebol europeu nos últimos anos o foi ou é.
Como tantos outros já mencionaram, é um bom sinal tanta insatisfação perante a primeira derrota no campeonato português. Mostra que algo que foi conseguido nos últimos anos foi a devolução da exigência de resultados ao povo benfiquista.
Não vejo da parte de ninguém qualquer vontade de poupar esforços no apoio ao Benfica no que resta da época. Pelo contrário, vejo muita crença nas capacidades e qualidades da equipa de futebol.
Por isso, vejo com estranheza algumas intervenções na blogoesfera benfiquista defendendo os erros cometidos por JJ, erros esses em que reincide.
Uma das maiores virtudes de um líder é aprender rapidamente com os erros, conhecer os seus colaboradores e saber potenciar as suas capacidades, usando-as no interesse do conjunto e dando oportunidade de valorização individual.
JJ na esmagadora maioria das vezes mostrou ter essa capacidade. Mas por vezes, como o foi em Guimarães, não o faz. E sempre que não o fez, isso teve um custo elevado para o Benfica.
Na época 2009/2010 isso aconteceu em Liverpool. Perdemos aí uma oportunidade de ouro de vencer a Liga Europa.
Na época passada, sofremos a humilhação dos 5-0 no Dragay devido a mais um erro desses.
Fomos no espaço de 15 dias enxovalhados em casa pela corrupção por JJ insistir num esquema que não resultava.
Perdemos na meia final da Liga Europa por JJ não ter sido capaz de montar a equipa de forma adequada. E se ele conhecia bem a equipa adversária! Ninguém melhor que ele conhecia aqueles jogadores, muitos por si indicados!
Na época que agora decorre, inventou na Taça de Portugal e fomos eliminados.
E inventou no Zenit e em Guimarães, com mais 2 derrotas averbadas.
Para quem só tem idade para se lembrar do Benfica dos últimos 10 anos, achará que a prestação dos últimos 3 anos é fantástica. Para quem já vê Benfica e bola há mais uns aninhos, já não é assim. É apenas um regresso à normalidade que é lutar SEMPRE pela vitória.
Era eu um rapazinho quando vi o Benfica na final da UEFA em 1983. Era eu um teenager a caminho da maioridade quando vi o Benfica em 2 finais da Taça dos Campeões em 3 anos. Vi jogar Valdo, Mozer, Rui Costa, Jonas Thern, Elzo, Vítor Paneira, Magnusson, Shéu, Chalana, Rui Águas, Humberto Coelho, Diamantino, Stromberg, Nené entre outros.
Vi o Benfica entrar de igual para igual com o Milan de Van Basten, Gullit e Rijkaard.
Vi o Benfica jogar de igual para igual o PSV que tinha quase na totalidade a equipa base da selecção holandesa que se sagraria campeã europeia um mês e tal mais tarde.
Vi o Benfica jogar de igual para igual com o poderoso Anderlecht de Munaron, Morten Olsen, Vercauteren e Vandenbergh.
Vi um futebol em que os treinadores falavam de bola e não nos aborreciam com palavras como 'transições', 'pressão alta', 'zonas defensivas' e outros vocábulos chatos.
Disse a certa altura o treinador da Laranja Mecânica de 1988, Rinus Michels, considerado o melhor treinador da história do futebol:
"It is an art in itself to compose a starting team, finding the balance between creative players and those with destructive powers, and between defence, construction and attack – never forgetting the quality of the opposition and the specific pressures of each match."
É isto que espero de JJ. Que em cada jogo olhe para ele como algo específico e não como mais um oportunidade para impor a sua vontade.
Continuarei SEMPRE a apoiar o SPORT LISBOA E BENFICA!
Não me peçam é para assobiar para o lado quando se dão tiros nos pés.
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