Dias conturbados em Guimarães, depois de já termos assistido esta época a jogadores agredidos e manifestações de algum modo mais grosseiras, hoje cerca de 200 adeptos do Vitória estiveram junto do Complexo Desportivo do clube como forma de manifestação contra a actual Direção presidida por Emílio Macedo, sendo que o presidente da Assembleia Geral João Cardoso foi outros dos visados.
Se por um lado importa referir que o emblema minhoto atravessa problemas financeiros, por outro não constitui particular novidade que a popularidade de uma direcção oscila mediante o desempenho desportivo e outros factores exógenos. Entre estes últimos surgem naturalmente as habituais sinergias em que o Futebol português é profícuo, e que marcam indelevelmente a opinião pública.
Recordando o sucedido há anos atrás, a acção desenvolvida pela direcção do Vitória de Guimarães junto da UEFA na tentativa de impugnação da participação do FC Porto na Liga dos Campeões, foi evidentemente tida como uma manifestação hostil para os portistas que aproveitaram para colar os vimaranenses ao Benfica. De tal maneira, que o FC Porto suspendeu a sua colaboração com o Vitória, transferindo-a para o seu vizinho e rival Braga.
Por pressão crescente daqueles que, no interior do Vitória defendem uma aproximação ao FCPorto e uma política de hostilização ao Benfica, Emílio Macedo fez as pazes com Pinto da Costa aquando do jogo da Supertaça. Apesar da reaproximação, a Direcção do Vitória teima em não seguir inequivocamente o mote da santa aliança, e por via disso a contestação em torno do presidente vimaranense tem vindo a subir de tom, catapultada pelos escribas oficiosos que propalam a níveis épicos os erros de gestão e o insucesso desportivo. Ainda ontem foi o sócio do ano Rui Moreira que, no jornal A Bola, dentro da coerência que é seu apanágio e seguindo o mote da Torre das Antas, criticou Emílio Macedo ao mesmo tempo que hipocritamente tecia loas ao clube minhoto, anos depois de o ter vilipendiado.
Sendo previsível o aumento da contestação a Emílio Macedo que conduzirá eventualmente à sua queda, afigura-se óbvio que os próximos que se configurem para tomar o poder cairão inevitavelmente na órbita dos portistas, não sendo difícil de prever também um aumento gradual da dificuldade de relações com o Benfica. Ou alguém defende que Vitória de Guimarães e SCBraga não podem coabitar nesse círculo? Eu não...
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