Vivemos um tempo de mudança de paradigmas à escala global. Depois da implosão do socialismo soviético, assistimos hoje, à emergência, há muito esperada, dos novos potentados económicos constituídos pela China, Índia, Rússia, Brasil e outros países resultantes da fragmentação soviética. No médio oriente, as convulsões sociopolíticas sucedem-se imparavelmente libertando as respetivas sociedades civis de regimes ditatoriais, dinásticos e alguns teocráticos, rumo, presume-se, à emancipação política das populações, abrindo caminho à instauração de regimes democráticos. Tal realidade, associada à evolução regulamentar do comércio internacional, impõe gigantescos desafios de superação tecnológica e financeira ao mundo ocidental, cujos resultados tardam em surgir. A crise das dívidas soberanas na Europa confronta os respetivos líderes com a imperiosidade de novo salto na integração política europeia, não havendo mais lugar à feira de vaidades e nepotismo em que a europa se transformou nos últimos tempos.
É neste contexto adverso que o nosso Portugal enfrenta a sua própria crise, consistindo, no curto prazo, no controle da dívida externa e na execução das reformas estruturais que hão-de conduzir, no médio prazo, à promoção do tão ansiado crescimento económico. No entanto, mudanças mais profundas e mediatas terão de ocorrer, sem as quais, eventuais êxitos próximos serão, inexoravelmente, comprometidos no futuro. Tais mudanças, deverão resultar no amadurecimento cívico e político da generalidade da população, com destaque para os nossos líderes; políticos, económicos, judiciais e policiais. Terminado o flagelo da tenebrosa guerra colonial, ultrapassados os excessos do PREC, que, irresponsavelmente, conduziram o País às portas de nova guerra civil e deixaram cicatrizes económicas e sociais que ainda perduram. Instituiu-se, finalmente, uma Democracia política que recolocou o País na rota de crescimento económico e progresso social, iniciado em 1950.
Consagrou-se a liberdade de expressão, de associação, de ação política, a igualdade de género, de religião e de raça. Liberalizou-se condicionadamente o aborto, legalizou-se o casamento homossexual, massificou-se o ensino, instituiu-se o Serviço Nacional de Saúde, alargaram-se e diversificaram-se os apoios sociais, criaram-se as Regiões Autónomas, procedeu-se à adesão e integração na UE, etc. etc. Tudo isto é verdade, mas, tal como as límpidas águas dos rios arrastam o lixo e a lama das margens, também esta torrente de progresso está toldada de paradoxos e contradições que têm de ser ultrapassados, para que possamos ascender a novo patamar socioeconómico. Não há progresso, mas vergonha e indignação, perante cerca de dez mil pessoas sem-abrigo, perante cerca de dois milhões de pobres, perante uma das maiores assimetrias económicas do mundo, perante a inversão da pirâmide demográfica, perante a continuada desertificação e abandono do interior, perante a fragilidade dos nossos idosos e a impotência e desespero dos nossos jovens, perante o nepotismo que, alegadamente, corrompe, transversalmente, as estruturas do Estado, perante o jacobinismo, o egoísmo, a intolerância, a caça às bruxas, o ódio, que oportunisticamente se estabeleceram em mentes doentias, rancorosas, em permanente “acerto de contas” com o passado, incapazes de conviver com a sua própria incapacidade e com a dignidade alheia. E é neste âmbito que se insere o desporto em geral, o futebol em particular e o nosso Benfica em especial. O fim da “Primavera Marcelista” destapou a “caixa de pandora” e os hipócritas poderes de facto trataram de se vitimizar, espezinhando todos os outros.
É a isto que eu chamo neofascismo; à semelhança do que se verifica noutros sectores, nomeadamente, religião e economia, também o Benfica e os Benfiquistas têm sido, crescentemente, alvo de intolerância social e institucional, com origem bem conhecida. Os episódios são já demasiados para serem ignorados. O mais recente, do miúdo Benfiquista “aconselhado” a desistir da sessão de autógrafos de atletas do Braga, é mais um episódio sórdido a juntar a tantos outros. Não vou aqui, agora, mencionar todos os que recordo, pois a crónica já vai longa e são mesmo muitos. Mas convido todos os leitores a darem o seu contributo reunindo, pacientemente, todos os episódios que recordem, sustentados em factos documentados ou testemunhados, de intolerância social e discriminação institucional exercida sobre os Benfiquistas ou o Benfica. Poderemos, eventualmente, elaborar um manifesto “antineofascista” ou um “livro negro do neofascismo”, detalhado, o qual poderia ser disseminado pela comunicação social.
Temos que fazer ouvir, a nossa voz perante a impotência ou passividade cúmplice das instituições democráticas. Nenhum progresso será possível tolerando a corrupção, a aldrabice, o chico-espertismo, o roubo do suor alheio, a negação dos direitos alheios e o falso sucesso de que, alegadamente, o futebol é exemplo, suscitando o afastamento inexorável do público. Quem está habituado a ver futebol não necessita de escutas nem de outros testemunhos, para perceber o que se passa num jogo ou nas instituições que o superintendem. Os preciosismos formais que, por vezes, propiciam “convenientemente” a não condenação de alguns arguidos, não impedem que a população formule o seu próprio juízo, quer destes, quer do sistema judicial, quer do próprio regime, sentindo-se defraudada perante a regressão aos métodos do castrante Estado Novo. Os valores Benfiquistas, da excelência, da lealdade, da bravura, da tolerância, da determinação, do respeito e do patriotismo, são os instrumentos do tão ansiado progresso económico e social. Em Portugal ou em qualquer outra parte. Não o ódio, o rancor, a intolerância, a inveja ou a violência. Sejamos, cada um de nós, todos os dias, em nossa casa, nas nossas empresas, com os nossos amigos e adversários, Benfiquistas. Questionemo-nos no final de cada dia, se merecemos o estatuto de Benfiquista.
Temos que fazer ouvir, a nossa voz perante a impotência ou passividade cúmplice das instituições democráticas. Nenhum progresso será possível tolerando a corrupção, a aldrabice, o chico-espertismo, o roubo do suor alheio, a negação dos direitos alheios e o falso sucesso de que, alegadamente, o futebol é exemplo, suscitando o afastamento inexorável do público. Quem está habituado a ver futebol não necessita de escutas nem de outros testemunhos, para perceber o que se passa num jogo ou nas instituições que o superintendem. Os preciosismos formais que, por vezes, propiciam “convenientemente” a não condenação de alguns arguidos, não impedem que a população formule o seu próprio juízo, quer destes, quer do sistema judicial, quer do próprio regime, sentindo-se defraudada perante a regressão aos métodos do castrante Estado Novo. Os valores Benfiquistas, da excelência, da lealdade, da bravura, da tolerância, da determinação, do respeito e do patriotismo, são os instrumentos do tão ansiado progresso económico e social. Em Portugal ou em qualquer outra parte. Não o ódio, o rancor, a intolerância, a inveja ou a violência. Sejamos, cada um de nós, todos os dias, em nossa casa, nas nossas empresas, com os nossos amigos e adversários, Benfiquistas. Questionemo-nos no final de cada dia, se merecemos o estatuto de Benfiquista.
Um abraço a todos,
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