O Partido do Norte

مواضيع مفضلة

Monday, October 31, 2011

O Partido do Norte

Não sei se Portugal precisa de um partido do Norte. Mas não reconheço a Pinto da Costa qualquer espécie de idoneidade para o reivindicar, arvorando-se em alegado defensor dos portugueses do norte. O protagonismo que tem tido nas últimas décadas nas alegadas manobras de bastidores do futebol nacional, retiram-lhe qualquer réstia de autoridade para se queixar do centralismo lisboeta. Não tem credibilidade porque, alegadamente, defraudou as espetativas democráticas que centralizaram no Porto o poder efetivo do futebol nacional, revelando, eventualmente, total desprezo pelos adversários, sujeitando-os à sua ilimitada e doentia ambição. No entanto, esta faceta política, que recusa a outros dirigentes desportivos sempre que lhe convém, constitui um dos pilares centrais da sua estratégia, que tem dado bons frutos ao Futebol Clube do Porto. Esta autoproclamada representatividade do norte, serve os interesses de vários alegados notáveis do Porto e outros defensores da regionalização, muitos dos quais parecem não hesitar em subordinar as leis da República aos interesses da alegada região norte e do seu espúrio clube representante. Assim, a principal vantagem do FCP face aos adversários é de natureza política uma vez que, alem do alegado controle efetivo das instituições desportivas de que é, eventualmente, beneficiário líquido, parece disfrutar de uma certa passividade das instituições que têm a incumbência de combater a corrupção desportiva. Na verdade, parecem saber, que o fim da corrupção no futebol traduzir-se-á numa perda desportiva do FCP que será utilizada sem escrúpulos, como instrumento político de afrontamento do Governo e restantes órgãos de soberania, com consequências eventualmente imprevisíveis ao nível da agitação social. É esta a principal razão do vínculo regional do FCP; os dividendos desportivos que daí resultam. Parece pois que, a alegada e continuada falta de verdade desportiva no futebol nacional, é entendida pelos principais agentes políticos e económicos como útil e necessária à estabilidade da Pátria, funcionando como compensação de setores socialmente mais voláteis, como o dos os cidadãos do norte, pela continuada degradação económica a que têm sido sujeitos. A instrumentalização política do futebol de que acusam Salazar é hoje, mais que nunca, despudoradamente utilizada. E é assim que muita gente parece pretender construir o progresso da Nação. E é também assim que muita outra gente descrê desta nossa terceira República.

Post a Comment

المشاركة على واتساب متوفرة فقط في الهواتف