Políticas em empréstimos: Um dos maiores cancros do futebol português

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Monday, September 26, 2011

Políticas em empréstimos: Um dos maiores cancros do futebol português

O jornal Abola dava hoje destaque a um possível mau estar em Paços de Ferreira, provocado pela expulsão de Fábio Faria no último jogo, propositada segundo alguns, para evitar que o jogador defrontasse o Sport Lisboa e Benfica, clube que detém o seu passe.

Eu não quero discutir aqui se a acusação terá ou não algum fundo de verdade, até porque não tenho dados que me permitam avaliar a situação mas, de uma coisa podem estar todos certos: sou benfiquista mas não enterro a cabeça na areia, não tenho dúvida nenhuma que muitas vezes é nas politicas de empréstimos que se ganham e perdem campeonatos, e o Benfica, talvez, mal ou bem e talvez já farto de ser anjinho, talvez se tenha visto obrigado a jogar com as mesmas regras dos outros.

Pessoalmente, há muito tempo que sou contra as politicas de empréstimos. Sou contra porque me parece que é um mercado sem regras, e que desvirtua (e muito) a verdade do campeonato.

Não quero com este exemplo culpar apenas o Porto do uso destas políticas, mas este foi para mim um exemplo escandaloso, quando há três épocas atrás estavam no plantel principal do Vitória de Setúbal 11 jogadores do FCPorto! Está certo que nem todos eram titulares mas, entre esses 11 havia nomes como Bruno Vale, Sandro, Bruno Gama, Leandro Lima, Cláudio Pitbull e Bruno Moraes, mais de uma mão cheia de jogadores de grande qualidade, e que evidentemente proporcionaram ao Vitória uma época tranquila.

Agora eu pergunto, haverá justiça num campeonato em que Benfica e Sporting defrontem o Setúbal duas vezes numa época com estes 6 jogadores em campo, enquanto o FCPorto enfrenta o mesmo Setúbal sem estes 6 jogadores? E mesmo que eles joguem contra o FCPorto, a desconfiança sobre o seu emprenho não será questionável? Estarão Benfica, Porto e Sporting a jogar o mesmo campeonato? Estarão a defrontar o mesmo adversário?

E agora pergunto, o que pensarão deste exemplo clubes do nível do Setúbal que disputavam com ele a manutenção, e que por uma ou outra razão escolheram não ter relações privilegiadas com nenhum clube grande, abdicando de empréstimos fáceis e vivendo apenas do seu orçamento? Haverá alguma justiça num campeonato destes? Num campeonato em que um clube vive do seu orçamento, é cumpridor, faz sacrifícios e desce de divisão, enquanto um outro pobre e falido, tem ao seu serviço 6 jogadores de nível superior que recebem ordenados que o clube não pode pagar, mas que neste caso são pagos na totalidade pelo clube que empresta?


Seria o mesmo que o Benfica ter uma relação privilegiada com o Real Madrid, e enquanto o Porto e o Sporting pagavam na integra os salários dos seus jogadores, o Benfica tinha todos os anos seis ou sete dispensados de Madrid a jogar pelo nosso clube.

Repito que estou a dar este exemplo do FCPorto mas, o Benfica não será também nenhum santo nesta matéria. Se o Benfica montou um caldinho com o Fábio Faria, acho mal que o tenha feito, se bem que também achei mal o ano passado quando o Leiria foi jogar com o FCPorto sem 5 dos seus titulares! Em nome de quê? Em nome de muitos campeonatos que se ganham e perdem desta forma sem ninguém perceber porquê , em nome de relações mal explicadas entre clubes e pagamento de favores que ninguém sabe quais são.

Eu não sei exactamente o que é certo ou errado nesta matéria. Em Inglaterra por exemplo, os jogadores emprestados não podem jogar contra o clube de origem. E segundo me informei (andei agora à procura na net e julgo que a informação é correcta), cada clube não pode ter mais do que quatro jogadores emprestados durante uma época inteira, têm de ter menos de 24 anos e só podem vir 2 do mesmo clube.

Bem diferente do que acontece em Portugal. Hoje fala-se de Fábio Faria, amanhã falar-se-á de Kelvin, do Pitbull e no dia seguinte de Urreta. Seja como for, e independentemente dos inocentes e dos culpados, legislação conveniente é urgente nesta matéria, já que, como disse, é aqui, nas politicas de empréstimos que muitos campeões se fabricam e que muitos outros são relegados para divisões inferiores, a razão óbvia pela qual muitos clubes casam ou divorciam, as relações promíscuas de um futebol pobre, teso e endividado, onde a cheta é escassa e que é sustentado em 90% pelas economias de três ou quatro clubes.

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