Portugal, 15 de Agosto de 2011
Entramos no ano 11 da gestão do Sr.º Vieira que é a gestão de toda a série de interesses instalados no futebol português. A época futebolística não poderia começar de forma mais irónica. Vejamos:
O Benfica depois de mais um investimento de 30 milhões em jogadores de méritos firmados, acabou por empatar um jogo que esteve a ganhar por 2-0. Tal e qual no primeiro ano da gestão Vieira quando fomos com a “equipa maravilha” à Póvoa de Varzim. Estivemos a ganhar 2-0, há 1 penalty escandaloso sobre Mantorras que não é assinalado, isso perturbou tanto a equipa que acabamos o jogo 2-2 e com 9 jogadores em campo, após 2 expulsões. O treinador era o Toni, não me venham dizer que também inventava.
O FCP entra a ganhar novamente. Se o ano passado foi um penalty fantasma aos 83 mn na Naval, assinalado pelo Paulo Batista, este ano como o desafio era mais difícil colocaram lá o árbitro da “sorte”, aquele que foi homenageado pela AF Porto apenas 4 dias antes de arbitrar o Guimarães-Benfica. E se curiosamente neste jogo do Benfica, o Sr.º Olegário não conseguiu ver 2 penaltys escandalosamente evidentes (num deles quase arrancaram a perna de Aimar com um pontapé), para o FCP já viu um penalty que mais ninguém viu. Fantástico como a cor das camisolas troca as voltas aos árbitros. Dá-se também o caso da falta ter sido assinalada a Leonel Olímpio, o ex-jogador do Paços de Ferreira que quando jogou contra o Benfica na final da Taça da Liga (Pedro Proença) fez 3 faltas merecedoras de cartão amarelo, antes de ter sido finalmente contemplado: aos 7,29 mn, aos 12,21 mn carga com cotovelo adiante nas costas de Aimar, aos 15,48 mn. Ontem não fez falta, levou com 1 penalty e 1 cartão amarelo. Há também a ironia do jogador que ganha a falta, Sapunaru ter sido o que na 2ª mão do 2º jogo da Taça de Portugal, agarrou Saviola pelo ombro derrubando-o, mas aqui o Sr.º Xistra esqueceu de mostrar no mínimo o amarelo (o lance enquadra-se no cartão vermelho), que daria expulsão e com 0-0 o FCP não eliminava o Benfica. Claro que depois vêm uns entendidos defender que a culpa foi do Roberto que por acaso nem jogou na Taça de Portugal.
No fundo o ano 11 da gestão do Sr.º Vieira é mais do mesmo. Como não se avalia qual o prejuízo que os erros de arbitragem tiveram nos resultados da equipa num determinado ano, parte-se do princípio que são os jogadores a ter de superar esses erros todos, ou seja, os erros dos árbitros e os erros do mérito dos adversários. Seguramente a Direcção do Benfica desconhece que o Manchester foi campeão com 70% de pontos. Quer dizer que desperdiçaram ou jogaram mal nos outros 30%. E que cá há uma equipa que foi campeão com 93% de pontos uma percentagem só possível de obter em condições “anormais”. Ou “arbitrais” como é óbvio ...
Então a estratégia desta Direcção, é uma estratégia suicida. Pois quer superar as limitações da matemática do futebol, à custa de mais e mais contratações suportadas num discurso demagógico – populista de um actor (Luís Filipe Vieira, o representante dos bancos no Benfica) de que “este ano, os nossos jogadores não vão andar tanto em festas”.
Ora a coisa começou mal. A mentira tem perna curta. O Benfica optou por mexer na estrutura de equipa que pacientemente construiu durante 2 anos, arriscou outros jogadores para o mesmo modelo de jogo, mas desta vez aconteceu um erro individual de Ruben Amorim e desperdiçou-se uma vantagem de 2 golos. Não sei se estão a ver: acontece sempre algo, mas a realidade é que raramente ganhamos o 1º jogo. E quando ganhamos, como Souness ou Trapattoni, o futebol não “convence”. E a Direcção vai atrás dos “recados” e volta a mudar.
Não será por acaso que nos 10 anos já completos da gestão Alverco-Vieirista, os títulos do “grande” Benfica se limitem a 2 campeonatos, 1 Taça, 1 Supertaça e 3 Taças da Liga. Ou seja 7, sendo que quase metade é a Taça que ninguém liga. Ora neste período o FCP ganhou quase o triplo, incluindo 2 troféus europeus com o treinador que foi dispensado pelo amigo Vilarinho e que depois Vieira desastradamente tentou recuperar (só falhou porque Mourinho não queria lá Jesualdo, e Vieira não se queria desfazer de Jesualdo. Mais tarde despediu-o, já o Mourinho ganhava com o FCP. Brilhante estratega).
Não admira que o FCP hoje seja o clube português com mais títulos e vá continuará a ser, porque o Sr.º Vieira apenas conhece a lógica do cheque e do jogador – matraquilho. De árbitros/arbitragem não fala, não mexe, não propõe alterações. Hoje qualquer árbitro sabe que pode gozar com o Benfica que nada acontece. Por isso não condeno a cabeçada que Proença levou, porque um adepto desespera-se ao ver os roubos de arbitragem, e no dia seguinte os que nos deviam defender actuam como se nada se tivesse passado.
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