Portugal, 20 de Julho de 2011
Telejornal RTP, hoje, 13h40: “o FCP contratou Danilo ao Santos por 13 milhões de euros, ganhando a contratação ao Benfica que também estava interessado no jogador. Vítor Pereira consegue assim o 7º reforço da temporada sem ter perdido qualquer das principais referências da equipa” e “o Benfica faz logo à noite o seu jogo de apresentação aos sócios, devendo ser apresentados os reforços Garay, Eduardo, Capdevilla e Emerson. Os sócios irão sentir a falta de 2 referências da equipa, Fábio Coentrão que foi transferido para o Real Madrid e Nuno Gomes que assinou pelo Braga. Para a presente temporada o Benfica já despendeu cerca de 26 milhões de euros”.
Que é que uma noticia da RTP tem a ver com a minha homenagem a Roberto? Há tempos atrás – 1 de Junho - colei aqui um texto intitulado “obesidade mental” no qual dava conta do que pensa um tal de Prof. Andrew Oitke de Harvard sobre as relações entre a comunicação social e o comportamento individual e colectivo das pessoas.
Escrevi também que “há muito que nas minhas cogitações de leigo, percebi que as mensagens da comunicação social não são iguais nem agressivas e geradoras de instabilidade para todos os clubes. E percebi que há uma modulação de conteúdos das mensagens em função dos poderes económicos que hoje tomaram conta dos órgãos de comunicação social (ocs), sejam jornais, rádios e televisões”.
Como se pode concluir, esta notícia RTP tem uma orientação que vai no sentido de esconder dos ouvintes que o FCP já gastou cerca de 30 milhões de euros com as suas contratações de Iturbe, Kelvin, Kléber, Alex Sandro e Danilo e que se hoje o FCP tem todas as suas principais referências futebolísticas é porque ninguém no mercado internacional, faz ofertas que lhes agradem porque Pinto da Costa já disse que 10 deles são substituíveis. Por outro lado, ao anunciar o jogo do Benfica e uma noite que se supõe de alegria, acrescentam logo de seguida algo para “cortar” essa alegria: a referência aos jogadores ídolos que já não estão. A indicação dos milhões que o Benfica gastou, vai na mesma linha de criar uma preocupação financeira e aumentar a pressão desportiva, pois quem gasta tanto quer ganhar desportivamente. E se os adeptos acharem que se gasta para ganhar, obviamente vão para o estádio cobrar mais da equipa. Aumentar a pressão cuja existência se conhece, mas que se teima em não perceber de onde vem a principal força que a aumenta: da comunicação social.
Foi também a comunicação social que “destruiu” as possibilidades de Roberto ter ambiente adequado a poder justificar as suas enormes qualidades. Como espero demonstrar com base na selecção de títulos, artigos de opinião, comentários, etc., que publicarei nos próximos textos, com os comentários que entender adequados.
Esta destruição contou uma vez mais, com a colaboração, por omissão, da Direcção do Benfica. Se falamos que o Benfica tem uma má política de comunicação social, o que é verdade, o caso de Roberto é dos que melhor exemplifica como se pode destruir um investimento elevado e inverter as regras da moral e da ética, em que os bons devem sair sempre a ganhar. Com o beneplácito da Direcção, onde uns pensam que ele é um bom guarda-redes e outros pensam que não. Onde o factor divisão de opiniões nunca resulta a favor do Benfica mas dos interesses e vaidades de quem lá está.
O interesse deste assunto é que não é virgem e repete-se ao longo dos anos. Sem que as pessoas, incluindo as da Direcção, se apercebam. Ou sem que percebam que têm de fazer algo porque estão em causa investimentos do Benfica e as expectativas de profissionais de futebol e respectivas famílias. Para além das expectativas dos sócios e adeptos do clube.
Termino este texto com o exemplo que vai marcar a directriz dos próximos: em 18 de Janeiro de 2004, o Benfica recebeu e venceu o Boavista por 3-2. Na Rádio Renascença, o relato foi conduzido por João Fonseca, com comentários de João Rosado e Pedro Sousa, este em estúdio. No 1º golo do Boavista disse João Rosado “concordo com o João Fonseca de que o Moreira tem alguma responsabilidade no golo”. Acrescenta o Pedro Sousa: “realmente Moreira não está isento de culpas”.
Se os adeptos nunca perceberam porque é que Quim foi contratado em Agosto de 2004, basta somarem muitos e muitos exemplos de comentários como este, sobre as alegadas insuficiências de Moreira na baliza. 7 anos depois nada mudou. Agora tocou a vez a Roberto!
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