Portugal, 1 de Junho de 2011
Há anos que escrevo sobre assuntos que directa ou indirectamente estão relacionados com o Benfica, desde as primeiras cartas que enviei para o RECORD e JOGO, na década de 90 do século passado, cartas que eram publicadas com regularidade na secção do “correio” ou “tribuna” dos leitores, até aos comentários que vou conseguindo registar nas edições de BOLA e o RECORD online.
Desde sempre que tenho como principal preocupação defender a verdade desportiva e o Benfica, mas cedo descobri que esta “luta” não pode ficar completa sem identificarmos (e combatermos) um “inimigo” subtil e aparentemente “invisível” que se chama “comunicação social”.
Há muito que nas minhas cogitações de leigo, percebi que as mensagens da comunicação social não são iguais nem agressivas e geradoras de instabilidade para todos os clubes. E percebi que há uma modulação de conteúdos das mensagens em função dos poderes económicos que hoje tomaram conta dos órgãos de comunicação social (ocs), sejam jornais, rádios e televisões. E que condicionam a orientação editorial dos seus próprios ocs. O caso da Olivedesportos, da TSF, DN e JN serão os mais evidentes. Mas há outros.
Ao longo dos anos, tenho assistido a campanhas mediáticas lançadas por estes jornalistas do bulling, contra elementos do Benfica e por tabela, contra o próprio Benfica. O caso mais antigo que recordo foi a critica sobre o brasileiro Lima que marcou o golo em Marselha, na meia-final da Taça dos Campeões, e que nunca teve vida fácil porque havia demasiadas referências negativas sobre ele nos jornais (assim eu entendia). Depois tivemos os “problemáticos” russos, a seguir a táctica do “pirilau” de Paulo Autuori, mais tarde foi a história da “armada inglesa” e do “casmurro” Souness, no 2º ano de contrato descobriram que Heynckes não percebia o futebol português, depois Vale e Azevedo que queria “vender” o Benfica (fora as trapalhadas), mais tarde foi o Trapatoni “defensivo”, a seguir Koeman que deixou de perceber o futebol português quando apostou em Moretto em detrimento de Quim, Fernando Santos que não tinha “carisma”, Camacho que já estava “fora de época” e Jesus que de um ano para o outro, deixou de ser um bom treinador para ser um despedido em fila de espera. Ah, e Roberto que virou “frangueiro”.
Todas estas ideias e muitas mais que não cabem aqui (outras já nem recordo), são “vendidas” pela comunicação social aos adeptos do Benfica com determinados propósitos. Deformar em vez de formar, condicionar em vez de ensinar.
Vem a propósito disto um “powerpoint” que circula na net há alguns anos, sobre um alegado livro escrito por um alegado Prof. Andrew Oitke de Harvard. O livro intitulado “Obesidade Mental” contém referências que se encaixam bem nesta problemática. Aqui vão algumas:
“As pessoas viciaram-se em estereótipos, em juízos apressados, em ensinamentos tacanhos e em condenações precipitadas. Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada”.
“Os ‘cozinheiros’ desta magna “fast food” intelectual são os jornalistas, os articulistas, os editorialistas, os romancistas, os falsos filósofos, os autores de telenovelas e mais uma infinidade de outros chamados ‘profissionais da informação”.
“Os telejornais e telenovelas estão a transformar-se nos hamburgers do espírito. As revistas de variedades e os livros de venda fácil são os “donuts” da imaginação.”
“O jornalista alimenta-se, hoje, quase que exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, e de restos mortais das realizações humanas. A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.”
“Jornalistas e comunicadores em geral desinteressam-se da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polémico e chocante.”
Estas opiniões agradam à minha sensibilidade. Também penso que é assim e que todo este envolvimento mediático e mediatizado, desde que bem “orquestrado” resulta em prejuízos monstruosos para pessoas e instituições. Para algumas, não para todas.
“Hoje” foi Jesus e as alegadas “luvas” no contrato de Júlio César, “ontem” foi Vale e Azevedo e o alegado aproveitamento de 5 milhões de euros nos negócios com a Euroárea, “anteontem” foi o contrato de benefício que Monteiro Lemos, administrador da RTP, teria assinado com o Benfica de Jorge de Brito, quando nos comprou os direitos televisivos. Tudo falso ...
Condenações feitas na praça pública por meliantes de papel e caneta. Condenações que não têm reparação possível. Até quando?
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