É tempo do Benfica acordar…seu técnico, seus jogadores e adeptos. Quando o Benfica começou a carburar em pleno já no ano de 2011 atrevi-me a dizer que este Benfica seria melhor que o do ano passado. Não porque fosse mais espectacular, mas porque me parecia mais sólido. Mas pelos vistos foi tudo fogo de vista. Se as virtudes do conjunto se mantêm, os defeitos também.
As grandes equipas têm a maturidade suficiente para perceberam quando devem pôr em campo a intensidade de jogo aconselhável para o momento. Saber gerir esses momentos, é fundamental e imagem de marca das grandes equipas europeias. O Benfica não sabe.
Todos os jogos são abordados da mesma forma e ontem não foi excepção. Sinceramente já aborrece a forma como JJ (não) prepara os jogos na Luz. Limita-se a apresentar um 11 que caiba nos moldes do costume. Atacar sem critério adequado a cada jogo.
Já é tempo de todos perceberem que jogar na Europa não é jogar no rectângulo luso, onde todos sabemos como se apresentam as equipas na Luz. Com jogadores medíocres, geralmente estrangeiros de 2ª apanha, limitam-se a defender atrás do seu meio campo, procurando o milagre em contra-golpes que apanhem uma vez na vida a nossa defesa desposicionada, ou nos livres “mete-nojo” marcados de qualquer ponto do campo.
As equipas “europeias”, como ontem o PSG, vêm à luz com outra dimensão. O hábito de enfrentarem grandes equipas e grandes jogadores elevam-nas para patamares bem mais elevados, mesmo para equipa sem grande dimensão europeia.
Contra essas equipas há que saber adoptar outra estratégia. E o Benfica não sabe.
Contra equipas desta dimensão há que saber adoptar uma atitude mais cautelosa na abordagem do jogo. Primeiro tentar perceber como funcionam e depois após a adaptação ao seu jogo, paulatinamente implementar as nossas acções ofensivas com segurança, não da forma desabrida e sem qualquer critério como fizemos ontem, numa 1ª parte verdadeiramente horrível, onde apenas se salvaram Roberto e Maxi Pereira.
O espanhol então, não ganhando o jogo porque um guarda-redes não ganha jogos, salvou o jogo e quem sabe a eliminatória com algumas defesas estranhas como só ele consegue ser.
No ano passado quando a maioria do povão se masturbava com as goleadas sucessivas, eu avisava que o Benfica teria de se acalmar, porque isto de atacar como um doido, já nos descontos com o resultado há muito garantido, era suicidário. Como resultado disso, acabamos a época com a conversa que vai ficar para história do Glorioso, como uma novela para durar não sei para quantas épocas…a do cansaço.
Só no Benfica se fala em cansaço. Prás bandas do norte não se fala nisso, e no entanto o raio do fcp apenas tem um jogo a menos que nós. Eu sei que a protecção que estes têm, a nível pontual e outros, lhes permite uma melhor gestão dos recursos. Sei também que o seu 4-3-3 é bem melhor que o nosso 4-4-2 para isso…mas…
Velhos amigos dizem-me…”Tas a ver que o jogo com os franceses foi a última prova em como JJ não sabe gerir o plantel?”. Pois eu digo…JJ não sabe gerir esforço do plantel, porque cedeu à demagogia desportiva e ficou prisioneiro dela.
Observem o percurso da melhor equipa de futebol do Benfica, após os anos 70, a equipa de 1982/1983, e vejam lá a quantidade de resultados na casa do 1-0. Julgam que o Benfica teve grandes dificuldades em os ganhar? Esqueçam. Sabia era gerir muito bem o jogo, “descansando” muitas vezes em pleno jogo, para poder estar apto para o próximo. E com um plantel curtíssimo, e jogadores trintões, ganharam Campeonato, Taça e foram finalistas da UEFA.
É certo também que JJ é vítima da política de aquisições do Benfica, que privilegia o futuro e não o imediato, com o caricato de contratar no mercado de Inverno o Fernandez e nem o inscrever nas competições europeias, mas é tempo de ele acordar para a vida se quer ser um treinador de dimensão europeia.
JJ tem de fazer passar a mensagem a todos, que o Benfica, salvador dos pobres em Portugal, não tem de ser também a Santa Madre Teresa de Calcutá no domínio do espectáculo no luso futebol.
Até dói ver a condição física da maioria dos jogadores do…ia dizer plantel, mas fico-me pelo 11 principal. Salvio e Gaitan por exemplo, tapando-lhes a boca adormecem uma semana.
Até doeu ver uma equipa guerreira é certo, do PSG, mas medíocre em termos europeus, dominar 30 minutos do jogo, e quase ganhando a eliminatória. Valeu ao Benfica, a alma dos seus jogadores, que mais uma vez foram até ao limite. Maxi Pereira e Javi Garcia lutaram como loucos, e cansou ver Maxi fazer sucessivos raides, e observar Javi sozinho no meio campo a lutar contra 2 ou mesmo 3 adversários, sem a ajuda de Martins, paradigma do Benfica, eléctrico, mas sem cabeça.
A juntar a isto tudo uma corrente de disparates que contaminou todo o mundo. Na defesa até Luisão entrou em parafuso…também pudera, o seu parceiro é levar qualquer um… Na frente uma dupla quase invisível, Saviola e Cardozo.
Se Cardozo é assim mesmo, de exasperar até marcar o seu golito da ordem, Saviola, um dos jogadores de maior classe que passaram por Portugal nos últimos 20 anos, não tem jogado absolutamente nada. Uma nulidade quase absoluta, vivendo há muito tempo dos rendimentos da época passada. Raramente sai-lhe alguma coisa bem, mas como é pequenino tem passado despercebido ao “3º anel”. Pelo contrário Jara, tem convencido jogo após jogo. A sua entrada, junto com Aimar, jogador de outra magnitude, trouxeram à equipa a raça e o talento para recolocarem a equipa na Europa.
E mais uma vez estamos em dificuldades. É certo que acredito que equipa vai estar melhor preparada 5ª feira, mas o PSG também. Jogo muito perigoso sem dúvida, com desfecho imprevisível.
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