Ainda estou afónico depois de um final de jogo impróprio para cardíacos em que deu para tudo, mas podemos dizer, mesmo que não tivéssemos ganho, que a equipa jogou à campeã!
A equipa inicial do benfica contava com o seguinte onze: Roberto; Maxi, Luisão, Jardel, Coentrão; Javi Garcia; Sálvio, Aimar, Gaitán; Saviola, Cardozo.
Na primeira parte viu-se um Benfica que sempre procurou a vitória, mas o cansaço da sequência de jogos fez-se notar profundamente. Vários jogadores denotavam deficit físico (Gaitán, Sálvio, Maxi Pereira) e consequentemente o discernimento mental no desenvolvimento das jogadas não era o melhor. Mesmo assim dominámos claramente o jogo, perante um Marítimo que sabia ao que vinha, defender com linhas baixas com um jogador na frente e dois extremos nas linhas a tentarem tirar proveito dos lançamentos longos dos colegas, e embora a produção ofensiva tenha ficado aquém de outros jogos nos últimos tempos criámos bastantes situações para estar a frente do marcador antes do intervalo, neste caso com os postes (remate de Gaitán) ou um grande guarda-redes Marcelo a negarem o evidente. O jogo chegou ao intervalo relativamente calmo, e mesmo nas bancadas o apoio do público que acedeu em bom número (55 mil) não se fazia ouvir marcadamente.
Na segunda parte o Benfica entrou decidido a resolver o jogo mas com o passar dos minutos caiu sobre a equipa um síndrome que se não for controlado torna-se muito incapacitante, os nervos. Sentia-se que os jogadores queriam resolver rápido a questão mas ao fazê-lo tornavam-se por vezes inconsequentes, perdulários na finalização ou ofereciam bolas adversário. Mesmo assim o guarda-redes do Marítimo foi defendendo tudo o que se lhe foi deparando, entre as quais uma defesa monumental a livre de Cardozo que já antes tinha levado a bola ao ferro num momento de azar. Entretanto entrámos no período da dança das substituições, numa altura em que a equipa já começava a perder gás por desgaste físico acumulado, entrou primeiro Jara para o lugar de Aimar, Kardec para o lugar de Gaitán e pouco depois com o Benfica balanceado e a acumular ocasiões falhadas o Marítimo chega ao golo numa daquelas situações do campeonato português que sabem realmente a injustiça, mas é assim o nosso futebol, bola parada, jogador do Marítimo a ganhar de cabeça com bom enquadramento e a bola a entrar junto ao poste direito de Roberto, sem hipóteses de defesa.
Nestas alturas vejo bem a maneira de ser de muitos adeptos portugueses, pois neste caso o familiar com que estava a ver o jogo já não o quiz ver mais, sofremos golo, o jogo estava perdido... é triste que se pense assim, mas como já disse aqui no blog várias vezes, é cultural... Ao contrário do mau agoiro de muita gente os jogadores não desanimaram e correram para cima do adversário e poucos minutos depois Coentrão(grande exibição) faz um cruzamento tenso a encontrar sálvio que finalizou inapelavelmente. Estava de volta a crença Benfiquista e tiveram de ser os jogadores mais uma vez a fazer os adeptos acreditar! O jogo entra na recta final e Carlos Martins entra para o lugar de Javi Garcia numa altura em que o Benfica já nem pensava em defender, os ataques sucediam-se e mais uma vez o guarda-redes do marítimo fez uma
grande defesa a cabeceamento de Kardec, e com isto o estádio inteiro desesperava com tantas ocasiões e luta sem a devida recompensa...mas mesmo no final, depois de tanto saltarmos sem o devido festejo, numa bola de ressaca Coentrão (quem mais poderia ser?) meteu a bola na baliza na última jogada do encontro, e o estádio veio abaixo! Foi daquele momentos que definem épocas e as vezes vidas, pois quando se luta assim e se atinge os objectivos a ferros, isso dá-nos uma força e alma inexplicáveis...
Obrigado a todos os jogadores e equipa técnica por me fazerem acreditar!
A luta e o sacrifício foi uma imagem de marca de toda a equipa, mas destaco o nosso Fábio, defendeu, atacou, marcou, suou...um jogador à Benfica! E também uma palavra para um adversário de hoje, o guarda-redes do Marítimo que nos dificultou a vida ao máximo e fez uma exibição igualmente brilhante.
E é assim, mais uma semana a acreditar que ainda podemos almejar ao título, em que o Porto não pode descansar em definitivo no campeonato e concentrar-se na Europa, e no que toca a mim e espero que a todos os benfiquistas, não terá descanso ainda por muito tempo!
Agora é pensar no próximo jogo, onde vamos lutar por um lugar na final da taça da Liga frente aos lagartos. Cansados? Sim. Resignados? Nunca!
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