
Um exemplo do que digo seria lembrar que Fernando Santos foi terceiro com 67 pontos e acabou a época sobre fogo e brasas; já Trapatoni foi campeão com 65 pontos e os adeptos já pediam que ele ficasse. Domingos somou 72 e não pôde festejar nada. Isto para dizer que na minha opinião, o critério mais justo de avaliação de uma equipa de uma época para a outra é o numero de pontos somados. Em termos teóricos, o Benfica fazer este ano uma época melhor do que a anterior seria somar mais do que 76 pontos que foi o que somou na época passada, isto independentemente de acabar em primeiro ou em terceiro.
Pois dito isto, nesta altura temos menos 3 pontos do que na época anterior, e se no ano passado a época estava a ser excelente, esta não pode andar muito longe. O Benfica tem feito quase o mesmo, o Porto é que tem feito mais. Estamos na Liga Europa, nas meias-finais da Taça da Liga, e com pé e meio na final da Taça de Portugal, competição em que no ano passado falhámos redondamente. Claro, temos a grande desilusão da Liga dos Campeões, o sinal menos da época, competição onde falhámos redondamente, e onde pagámos bem caro alguma sobranceria e inexperiência da equipa e do treinador.
Agora, embora seja ainda muito cedo para fazer balanços, o tempo tem provado que muitos agoiros, sentenças de morte e tempestades em copos de água que por aqui foram sendo lançadas, não tinham razão de ser.
Jorge Jesus voltou a ser um excelente treinador, depois de um ano em que era o melhor do mundo e também de três meses em que muitos o queriam ver pelas costas.
Os reforços, que também eram fracos e dinheiro deitado à rua, têm mostrado que foram apostas acertadíssimas. E sim, incluo Roberto e Rodrigo neste lote. Gaitan, Jara e Sálvio parecem-me óbvios. Falhámos em Fábio Faria, um mal menor na minha opinião. Ninguém acerta em todos.
Os jogadores, que alguns diziam que andavam acomodados, e até houve quem dissesse que os jogadores se cansavam sempre do Jesus nas primeiras épocas e nas segundas só o queriam ver pelas costas, pois, pelo que me parece, continuam a correr tão ou mais do que o ano passado.
Também constato com agrado que por aqui nunca se mais se falou no Eduardo, esse sim, defendiam os entendidos, o guarda-redes ideal para o Benfica, e SÓ custava 5 milhões!
De Madrid também só vinham maus ventos ou sacas de cimento mas, que raio, o Reyes era grande jogador e só não ficámos com ele por 5 milhões porque o Jesus achou que era hora de apostar no Di Maria; o Sálvio é excelente e, pelo que parece, só não será nosso se não o quisermos (mesmo que custasse 15 milhões continuaria com grande potencial de se tornar num negócio lucrativo a curto prazo. Simão custou 15 milhões há quase 10 anos); e o Roberto, pois, desculpem aqueles que não concordam mas, eu sou da opinião que o Benfica contratou um excelente guarda-redes (aliás, escrevi-o aqui na hora em que todos lhe bateram).
O Jorge Jesus também já não tinha "pica", diziam alguns, andava adormecido com os 200000 euros ao mês que o Correio da Manhã disse que ganhava, verba essa que nunca ninguém confirmou. Mas ainda que fossem 200000 ao mês, será muito ou será pouco, para alguém que em ano e meio transformou uma equipa banal numa equipa campeã, com o bónus ainda de ter transformado em ouro jogadores anteriormente de segunda como David Luis, Coentrão, Di Maria e Ramirez (este um caso diferente), que renderão em transferências algo como 110 milhões de euros (contando com 30 do Coentrão)?
Resumindo e baralhando, o tempo tem mostrado que muitos agoiros bateram na trave, e tem mostrado principalmente que se tivessem sido dado ouvidos a muito do que neste espaço se foi escrevendo, o Benfica estaria hoje seguramente bem pior do que está! O Jesus já cá não estaria. O Eduardo já tinha regressado a Braga em Janeiro por empréstimo mas com bilhete só de ida.
Perdemos 12 pontos esta época, 9 deles nas primeiras 4 jornadas, 6 deles pontos roubados contra Guimarães e Académica. Só não é brilhante porque o FCP tem feito melhor, como todos sabemos com algumas ajudas externas. Estamos nesta altura a 8 pontos do primeiro lugar e, 8 pontos podem ser muitos ou podem não ser nada. A chave do campeonato está na próxima equipa que escorregar. Se for o Porto a escorregar, temos tudo para lá chegar. Se for o Benfica, é o fim do sonho do bi-campeonato e, nesse caso, apesar da caminhada excelente da equipa nos últimos meses, do carácter e da qualidade que tem demonstrado, talvez seja tempo de tirar o pé do acelerador na Liga Sagres, numa altura em que o acesso à Liga dos Campeões parece garantido.
Talvez seja então hora de apostar as fichas todas nas outras três competições, principalmente na Europa Cup, prova onde o ano passado não nos empenhámos o suficiente por sermos uma equipa cansada e que apostava tudo na Liga Portuguesa.
Três ou quatro competições ainda em disputa. Um grande Benfica em perspectiva. Esta, ainda tem tudo para ser uma época magnífica.
Post a Comment