Eleições para a FPF - O que está em causa?

مواضيع مفضلة

السبت، 25 سبتمبر 2010

Eleições para a FPF - O que está em causa?

Já que vamos falar de "jogos de poder", aconselho todos a lerem o tópico Perguntas onde o CativoVermelho desde cedo está a alertar para a noticia do CM sobre o envolvimento do Lourenço Pinto nas influências nas arbitragens.

Quanto à FPF... Muito se tem falado da FPF nos últimos tempos. Infelizmente, como muito alertei na altura das eleições para a Liga de Clubes, os benfiquistas andam muito esquecidos deste tema e, infelizmente, a nossa Direcção quando os benfiquistas não se mostram atentos... acabam por adormecer e ser "comidos" pelo Sistema. Confirma-se a importância dos sócios no Clube... mas para o gerir.

O Momento
Não é por acaso que as Associações não viabilizaram ainda o Novo Regime Jurídico das Federações Desportivas. Actualmente, as Associações têm a maioria do poder de voto na AG da FPF e terão, sozinhas, capacidade para eleger o novo Presidente e não vão abdicar dela. Talvez agora o SLBenfica esteja no momento de se arrepender por ter ignorado este movimento nos últimos tempos.

As Associações, entre si, têm tanto mais influência quantos os clubes que tenham nas Ligas profissionais - o que explica porque tem havido um favorecimento à ascensão de clubes do Norte às ligas profissionais desde a década de 90 (quando entrou em causa o actual regime jurídico). Por oposição os de Lisboa têm desaparecido e sobram apenas Benfica, Sporting e Belenenses. O Alverca subiu quando LFVieira andava de braço dado com Pinto da Costa e de resto... ZERO! Conhecem algum projecto bem sucedido de recuperar às ligas profissionais o Barreirense, Atlético, etc? Nada... e não é coincidência.

Posto isto, Lourenço Pinto já disse que defende e garante (estranho, não?) a continuidade de Madaíl. É preciso recordar que este tem na AF Porto a mais influente Associação e que, em conjunto com Braga e Aveiro dominam há muito o panorama nacional. Ora, se este não avançar, terá sempre que haver um candidato apoiado por este trio de Associações e que, necessariamente, terá que ter ou o apoio ou, pelo menos, não ter a oposição de Madaíl - é nestas alturas que se pagam os favores.

As personagens
Desenganem-se os que colocam desde já o Gilberto Madaíl fora da corrida. A tentativa fraquinha de criar um tabu com a recandidatura não tem qualquer sentido. Por outro lado, também não terá sentido para o Madaíl ficar se a candidatura ibérica não avançar, pois será aqui se abrirão as oportunidades para mais alguns "tachos"... e que "tachos" (€€€).

Portanto, as eleições só serão mesmo assunto se não houver um resultado positivo da candidatura ibérica que vai encher, mais uma vez, os bolsos ao Laurentino e Madaíl, razão pela qual andam tão activos e tão agarrados ao poder. A decisão é a 2 de Dezembro!

Assim sendo, o SLBenfica segundo dizem tem tentado posicionar o Fernando Seara, contando com a influência da João Rodrigues junto de Madaíl. Contudo, escolheram um candidato a quem as associações não perdoam por ter feito parte da criação do Novo Regime Jurídico das Federações. Ora, a ser verdade esta "escolha" do SLBenfica... trata-se de um erro estratégico no nome, mas ainda assim é qualquer coisa e não deixa de ser um nome do PSD que, aparentemente, será a próxima força política do Governo.

Seara contudo só pode avançar com o apoio de Madaíl, caso contrário não estará disponível para desgastar a sua imagem - que já de si pouco vale. Até porque o apoio de Madaíl, é a única coisa que poderá valer-lhe para garantir alguns apoios em algumas Associações, pois caso contrário, sem esse apoio, o candidato que será lançado pelas AFPorto, Braga e Aveiro irá seguramente vencer a corrida.

Este "trio corrupto" tem dois caminhos. Se o SLBenfica avançar com um candidato forte, terão que tentar convencer Madaíl a avançar e nesse caso cairá a hipótese Vitor Baía, nem que seja para funcionar como futuro testa de ferro da AF Porto que, perdendo poderes, precisa necessariamente de manter o controlo do cargo de Presidente. Caso o SLBenfica não consiga avançar com um candidato ou, caso não consigam um número prévio de apoios que os "leve a jogo", será Vitor Baía a futura "voz do Sistema".

O futuro da FPF
Actualmente quem "manda" nas decisões em AG da FPF são as Associações que, como já vimos, são lideradas pela AFPorto, Braga e Aveiro. Mas o futuro vai mudar este paradígma, pelo que o Sistema já se encarregou de controlar as novas "fontes de poder".

Com o novo RJFD, o poder passa para as ligas de Futebol Profissional e Não Profissional que juntas, terão os mesmos votos que as Associações - 35%. Estes dois factores de Poder são hoje dominados por Fernando Gomes - que como já perceberam está alinhadíssimo com o Sistema que o promoveu - e por Dias Ferreira, dirigente do SportingCP e que bem sabemos quais as relações de subserviência que têm com o Sistema.

Depois, com mais 30% estarão o Sindicato dos Jogadores (Joaquim Evangelista), ANTF (Francisco Silveira Ramos) e APAF (Luis Guilherme). Ora, se dúvidas houvessem, Joaquim Evangelista já mostrou como se curva ao Sistema e Luis Guilherme dispensa qualquer comentário, tamanhos são os serviços prestados na arbitragem. Sobra o presidente da ANTF, mas sabendo-se da relação que os treinadores têm em Portugal com os favorecimentos a alguns clubes... é fácil perceber que em conjunto, estas entidades vão sempre votar alinhadas representando 65% dos votos.

Os restantes 35% são destinados às associações que onde Lourenço Pinto (Porto), Carlos Coutada (Braga) e Elísio Carneiro (Aveiro) votam alinhados e assim continuarão, mantendo-se também com Carlos Ribeiro (Lisboa) bem perto.

Muitos pensarão que, neste caso, porquê estarem preocupados com o Presidente? SIMPLES: Porque com a transição de poderes da Arbitragem e Disciplina para a Federação Portuguesa de Futebol, o lugar de presidente passa a ter poderes reforçados - logo a começar pela nomeação dos responsáveis e respectivas equipas para estes órgãos tão apetecíveis para o Sistema dominar.

Conclusão
O que está em causa, em todo este processo, é o domínio integral do futebol português. Com a desvalorização da Liga de Clubes - entregando-a ao Sistema - o SLBenfica perdeu a oportunidade de ser parte interessada nos tais 35% entregues à LPFP e à LPFNP.

Se perdermos o candidato que vencer na Presidência da FPF não for o apoiado pelo SLBenfica, ficaremos ausentes de qualquer capacidade de intervenção no futebol português durante os próximos quatro anos.

"Lançar" um candidato não chega! Dessa forma não vencerá nunca e seremos arrastados na lama com ele. O que é preciso é perceber, em diálogo directo com as Associações, o que os leva a apoiar a recondução de Gilberto Madaíl, perceber o que ganham com o apoio de um candidato do Sistema (Madaíl, Baía, Guilherme Aguiar, António Laranjo ou Carlos Ribeiro).

Depois de perceber os principais interesses das Associações, será mais importante do que apresentar um candidato, um nome... será sim fundamental apresentar-lhes um programa, uma estratégia que lhes garanta apoios e as enquadramentos que respondam aos seus interesses - ou melhor a parte deles, pois nunca será possível responder a todos.

É precisamente por esta componente encerrar uma elevadíssima complexidade que deveria ser, como dizia Carlos Ribeiro, "trabalhada no dia-a-dia". É isso que faz o Sistema, é para isso que trabalham os "patrões do futebol nacional". Cada dia que passa é menos um dia, menos uma oportunidade. Precisamos de mais humildade e menos prepotência para deitar mãos à obra e ter uma palavra a dizer no futuro do futebol português.

إرسال تعليق

المشاركة على واتساب متوفرة فقط في الهواتف