Ao Roberto e ao borracho, mete Deus a mão por baixo! Bem que podia ser esta a nova versão do provérbio popular que alude à "protecção divina".
Quando Jorge Jesus apostou em Julio César, a meu ver bem, e colocou Roberto no banco, a meu ver também muito bem ao não excluir totalmente o espanhol, todos estavam longe de esperar que ainda antes da meia hora o espanhol estava de volta à equipa e logo para defender o SLBenfica de sofrer o empate, a jogar com menos um jogador.
Sorte, protecção divina... chamem-lhe o que quiserem, mas até eu - que me assumo (e mantenho) como crítico das qualidades mentais e técnicas do espanhol - fiquei sensibilizado pela paixão com quem agarrou a bola da recarga do penalty. Roberto, mais do que ninguém desejou aquele momento, desejou-o à muito tempo.
Voltando ao jogo, apenas J.César e Salvio diferiam das escolhas apáticas dos últimos jogos. Sabendo que o argentino pouco ou nada tinha tocado na bola, não deixa de ser pertinente pensar porque raio a confiança dos jogadores do SLBenfica subiu tanto e arrancaram o jogo a fazer lembrar claramente os jogos da época passada?
Tenho para mim que a explicação está na ausência de Roberto! Um jogador que é considerado um "pé frio" pelos colegas, não só pelo azar que tem tido, mas pela nervosismo e insegurança que tem e contagia os demais.
Mas Deus (e principalmente Maxi Pereira) traíram o J.César e a meio da primeira parte o brasileiro viu-se obrigado a sacrificar a sua, talvez definitiva, entrada na equipa para emendar uma precipitação de Maxi Pereira.
Roberto defendeu o respectivo penalty (muito mal marcado, por sinal) e, notoriamente, galvanizou-se - e ainda bem! Foram poucas as ocasiões para ser posto à prova e nenhuma, das poucas existentes, teve grau de dificuldade sequer médio para podermos dizer que o espanhol passou de besta a bestial. Contudo, foi evidente que a defesa voltou a ter mais cuidados, a descer mais e o ritmo de jogo voltou a acalmar.
Na próxima jornada vamos voltar a ter Roberto na equipa, mas em meu entender - salvo uma exibição imaculada perante dificuldades (o que acho que não irá acontecer) - deveriamos voltar a entregar a baliza ao J.César no jogo seguinte.
Gaitan esteve hoje endiabrado, muitas das iniciativas foram da esquerda para o centro, como atesta o seu ADN e Sálvio saiu antes de ter tempo de mostrar serviço. O resto, são os clientes do ano passado, com Coentrão sempre em alta rotação e Aimar mais interventivo. Lamento a ausência de Carlos Martins do 11 inicial, na minha opinião é dos jogadores em melhor forma.
Além do mais, quando teremos hoje jornais já a endeusar também Roberto, que fez pouco mais do que defender o penalty, também nisso é preciso ter os pés na terra. Esta vitória teve apenas o condão que nos colocar no caminho certo, o das vitórias. Não resolveu quaisquer problemas que estão por resolver, como aliás Jorge Jesus afirmou, nem do Roberto, nem do Clube.
Além do mais, quando teremos hoje jornais já a endeusar também Roberto, que fez pouco mais do que defender o penalty, também nisso é preciso ter os pés na terra. Esta vitória teve apenas o condão que nos colocar no caminho certo, o das vitórias. Não resolveu quaisquer problemas que estão por resolver, como aliás Jorge Jesus afirmou, nem do Roberto, nem do Clube.
Esta vitória não apaga as carências que continuamos a ter, e que aliás o próprio Jorge Jesus fez questão de ressalvar que se mantêm, mas que sirva pelo menos para atenuar a desculpa esfarrapada do Mundial, até porque o campeonato vai agora parar para as selecções. Eu já afirmei no tópico Jesus e Moniz em Sintonia? que considero essa desculpa totalmente esfarrapada.
Foi uma vitória justíssima e invicta, com dois excelentes golos e uma excelente jogada para o terceiro. É preciso não esquecer o que está por resolver e não acreditar, como é nosso timbre, que as vitórias resolvem tudo! Não resolvem...
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