No seguimento do tópico A (sempre falta de) Capacidade de Antecipação alguns estranharam que eu tivesse escrito que, no lugar da Administração, aceitaria se aparecessem propostas de 25M pelo Ramires, 25M pelo Cardozo, 30M pelo Coentrão e 40M€ pelo David Luiz (eu não acho realista que esse "Euromilhões" tão grande saisse todo no mesmo ano em tempo de crise).
Houve também quem estranhasse o titulo do tópico em que eu referi que estas saídas deveriam estar acauteladas antecipadamente como, achou alguém que não eu, estaria a saída do DiMaria acautelada com o Gaitan. Eu digo "alguém achou" porque na minha perspectiva continuo a afirmar que este jogador é diferente do DiMaria, não tem as mesmas características, ainda que seja um excelente jogador.
Vamos lá ver se eu tenho capacidade escrita para vos conseguir explicar, aos mais cépticos, o que queria dizer com as duas ideias principais do tópico anterior, que na prática representam uma apenas.
Sei que muitos não gostam do exemplo azul. Eu também não! Um clube corrupto não devia ser exemplo de nada, mas a realidade é que os corruptos têm o "mestrado" na substitução de jogadores-chave naquela equipa de bairro. Vendem-nos sempre por valores elevados e garantem sempre o substituto 80% das vezes antes até de venderem o jogador do plantel.
Os exemplos estão à vista, e não importa para o caso olhar ao sucesso das operações mas sim ao formato e à organização: Lisandro » Hulk; Bruno Alves » Maicon; Meireles » Moutinho » Lucho » Belluchi/R.Micael; Deco » Lucho; Cissoko » Alvaro Pereira; Rodriguez » Quaresma; e o caso paradigmático dos centrais: R. Carvalho » Pepe » Bruno Alves » Sereno (sempre portugueses); etc. Se olharmos aos valores das transferências dos exemplos acima, todos sairam perto das respectivas clausulas e aos magotes por época num numero de dois/três por ano.
Ora, o que está em causa não é vender jogadores, mas sim... Saber vendê-los para, efectivamente, ao fazê-lo dar continuidade ao projecto desportivo e financeiro. Os corruptos fazem-no porque precisam e porque são incompetentes/corruptos na gestão. Nós fariamos porque... podemos! Ou seja, porque ganhamos, porque os nossos jogadores são bons, são desejados e o Benfica tem o "carisma de campeão" que interessa aos melhores campeonatos.
Posto isto, há muito que aqui me deixam indignadas as contratações que se arrastam no tempo, tipicamente correspondentes a jogador de elevados potenciais de valorização financeira e desportiva... mas que acabam invariavelmente por ir parar a outros clubes. Entre os exemplos recentes tivemos Alvaro Pereira, Falcão, Jamez Rodriguez, Ruben Micael, Lisandro Lopez, Rodriguez, etc.
O SLBenfica, descobriu estes valores todos! É impressionante a qualidade da rede de contactos ou de scouting (ou ambas) que nos levou a jogadores de elevada qualidade e passíveis de serem adquiridos por valores moderadamente baixos. Infelizmente, o processo negocial seguidamente acumula erros: Desde a falta de envolvimento directo, à incapacidade de escolha dos intervenientes adequados para negociação, até à constante "crença" que o tempo corre a favor mesmo com as noticias a sucederem-se na imprensa e a alertarem eventuais interessados.
É absolutamente fundamental SER ARROJADO! Se um jogador é o que acreditamos MESMO ser a opção certa para o lugar certo, então temos que ser profissionais, astutos e arrojados para trazer o jogador. Não é possível ter sucesso se assim não for.
O que defendi é que deverá haver devidamente "categorizada" uma lista de jogadores identificados como prioritários para suceder a jogadores-chave do plantel. Ao longo do tempo que vai entre a identificação e o "timming" adequado para a contratação (que é quando verificamos que o jogador-chave sairá a curto/médio prazo), deve haver uma aproximação ao enquadramento desportivo do jogador: Identificar as pessoas de influência sobre os decisores, conhecer a realidade e necessidades do Clube vendedor, estabelecer contacto com pessoas influentes junto do jogador, etc.
Dá trabalho? Pois dá! Custa dinheiro? Pois custa! Mas quanto isso representa em "poupança" quando conseguimos antecipar as saídas de jogadores, quando podemos até criar condições para a saída de jogadores, quando evitamos a fuga de talentos para outros clubes, etc. etc. etc. Gasta-se tanto dinheiro mal gasto em soluções de recurso, depois de negócios sem sucesso (Keirrison, Balboa, Makukula, Patric, Shaffer, etc), que os custos deste verdadeiro trabalho de Organização representaria "peanuts" perto disso.
Aparte disso, qual seria o trauma de perder Ramires, se o seu substituto já tivesse chegado há seis meses ou se já estivesse contratado um jogador de elevado potencial de valorização desportiva e financeira? E qual o mal de isso acontecer com três jogadores?
Numa organização desportiva eficiente, a saída de três jogadores do "nucleo duro" faz diferença, mas não cria qualquer drama, nem obriga a "correr atrás do prejuizo", enlatando os jogadores a titulares à chegada ou entrar em circunstâncias negociais desfavoráveis para fazer face a necessidades.
Obviamente que quando falo em "substitutos de elevado potencial de valorização desportiva e financeira", estou também a incluir os jovens formados no SLBenfica e a EXCLUIR a "cantera" do Real Madrid.
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