Já aqui falei vários tópicos sobre o enquadramento para a nossa estrutura de futebol em 2010/11, em especial no tópico Definições e Indefinições do SLBenfica 2010/11. Sempre que se fala em planeamento, logo aparecem o tema mais interessante: As contratações e as vendas de jogadores.
Neste vertente, como noutras há alguns factores muito significativos a ter em conta: o timming, a assertividade das escolhas, a capacidade de concluir rapidamente os negócios, a gestão da comunicação ao longo dos processos. Exige-se uma postura de "sniper": suficientemente calmo para ser preciso, suficientemente agressivo para ser... implacável.
A postura do "sniper" passa por uma atitude discreta, fria porém absolutamente precisa. Tem os alvos bem identificados e pauta-se por atingi-lo letalmente com apenas um tiro, deixando os seus "opositores" sem capacidade de contra-golpe ou evitarem, dado que o "sniper" dispõe também sempre de um estruturado plano de fuga.
Neste momento o SLBenfica atravessa um momento de concretização de um planeamento que, preferencialmente, em todas as modalidades já deverá ter alguns meses de sustentabilidade. É hora de "atirar a matar", sem contemplações e já com um plano de fuga caso não seja possível concretizar o objectivo.
Traduzindo isto para a linguagem desportiva, por esta altura os nossos alvos finais terão que estar bem identificados, já depois de termos percebido ao longo dos últimos meses acerca da fiabilidade das abordagens a efectuar. À margem disso, em sentido inverso, é fundamental rapidamente colocar os dispensados/vendidos/emprestados de forma criteriosa (especialmente os emprestados) que possa traduzir-se em retorno.
As políticas de comunicação associadas têm que garantir necessariamente a máxima discrição sobre estes temas e as negociações não podem ser conduzidas "à moda antiga", deixando-as arrastar e desgastar. É preciso saber-se o que se quer e pode querer, montar-se a estratégia e... atacar sem contemplações.
As alterações mais estruturantes deverão ser "preparadas" de forma prévia para garantir que não se incorrerá em erros de palmatória e momentos de divisão entre adeptos fruto dessas decisões quando forem comunicadas já em momento de fragilidade. Isso mesmo se passa com o tema do André Lima (a caminho da FPF) por consequência da entrada do Paulo Fernandes - mais uma antecipação do GB.
O arrastar do "tema DiMaria", a aceitação de condições não previstas no planeamento da temporada, etc. são factores de desgaste que implicam revisões extraordinárias dos planos de preparação da nova época, de forma desnecessária. A dispersão de esforços em torno de temas que não se encontram fechados quando poderiam/deveriam, resultam necessariamente em situações de menor qualidade de trabalho.
Este "aviso a navegação" não é uma critica nem uma vontade de ver os assuntos desde já todos resolvidos, pois como já disse, o mês de Julho será sim o de mais decisões.
O que pretendo com este tópico é o alerta para a necessidade de nos impormos negocialmente e de melhorarmos significativamente a forma como negociamos e comunicamos. Se for necessário numa primeira fase que se envolva o director de comunicação nas negociações para que seja possível transmitir normas e regras para os jogadores, agentes e mesmo clubes vendedores ou compradores.
É certo que precisamos de dinheiro, mas também temos em jogadores como DiMaria ou David Luiz, dos melhores e mais atractivos jogadores do Mundo... algo que não se substitui facilmente.
Olhar diariamente para a imprensa e ver negociações/conversações a arrastarem-se semanas sem definição objectiva, ou ver quase diariamente jogadores do Benfica ou alvos potenciais a falarem para a imprensa desportiva de Portugal, é algo que já não se coaduna com a dimensão e realidade do SLBenfica.
Há inúmeros valores de muita qualidade na formação que necessitam de ter uma colocação planeada e potenciadora dos seus valores. Isso não poderá ser efectuado quando os planteis já estejam definidos (ou perto) e os nossos jogadores aparecerem como "mais uns".
O mesmo se aplica às contratações de jogadores ou treinadores para as mais diversas modalidades - onde alguma indefinição fez-nos já perder alvos relevantes no futsal ou no basquetebol.
Há boas inciativas, há muito aqui faladas no GB a serem levadas a cabo, como é o caso da parceria com o Fátima. Novamente algo amplamente anunciado antes de ser efectivado e a pecar por pouco ambicioso.
Para terminar, também nas renegociações de contratos de jogadores ou dos direitos televisivos esta questão da "postura sniper" (procura do momento certo) é absolutamente vital para não voltar a tomar decisões que mais tarde se tornarão penalizadoras. Não há motivo para precipitações e "tiros em falso" que nos coloquem em posições de fragilidade, salvo se houverem outros interesses que não apenas os do SLBenfica para defender...
Post a Comment